quarta-feira, 14 de fevereiro de 2024

INDIFERENÇA - ZIVER RITTA

 



INDIFERENÇA

           ZIVER RITTA (Porto Alegre - RS)


Dias depois da nossa desavença,

naquela tarde, num final de agosto,

eu compreendi o aviso na sentença

que, sem sorrir, ela jogou-me em rosto.


Disse, claro demais para meu gosto:

“Bem ao contrário do que reza a crença

que nós chamamos popular, o oposto

do amor não é o ódio. É a indiferença”.


Depois da nossa briga assim me disse,

e o fez, como se vê, de forma clara,

para que eu não tomasse por tolice.


Por isso hoje, ao ver-nos frente a frente,

se ela com ódio em seu olhar me encara,

desvio o meu olhar indiferente.


(Jornal FANAL, n° 564, agosto de 2002, página 01, órgão oficial da Casa do Poeta “Lampião de Gás”, de São Paulo)

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