terça-feira, 29 de agosto de 2023

SONETO DE LUIS RUIZ CONTRERAS

 



SONETO

LUIS RUIZ CONTRERAS (1863/1953)


Não, não temas... Que a minha boca impura

nada dirá do que meu peito sente,

não, não receies que meu beijo ardente

possa manchar-te a virginal brancura!


Nem temas ver em torno da cintura

meu braço – como astuta e vil serpente –

nem que teus puros sonhos de inocente,

destrua, em seu cantar, minha loucura.


Ah! Meus olhos, no entanto, consumidos

ao fogo dos teus olhos, meu desejo

atiçam, loucos, num incêndio mudo,


tua imagem levando aos meus sentidos...

E eu te possuo com o olhar, te beijo!

E tu sorris, amor... e ignoras tudo!


(OS MAIS BELOS SONETOS QUE O AMOR INSPIROU, PÁGINA 95)


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