sexta-feira, 28 de julho de 2023

SONETO DE FAGUNDES VARELLA

 


                                                            (FOTO DA INTERNET)


SONETO

Fagundes Varella (1841/1875)


Desponta a estrela d’alva, a noite morre.

Pulam no mato alígeros cantores,

E doce a brisa no arraial das flores

Lânguidas queixas murmurando corre.


Volúvel tribo a solidão percorre

Das borboletas de brilhantes cores;

Soluça o arroio; diz a rola amores

Nas verdes balsas donde o orvalho escorre.


Tudo é luz e esplendor; tudo se esfuma

Às carícias da aurora, ao céu risonho,

Ao flóreo bafo que o Sertão perfuma!


Porém minha alma triste e sem um sonho

Repete olhando o prado, o rio, a espuma:

- Oh! Mundo encantador, tu és medonho!


(Do Informativo do Centro de Ação Literária de Campos do Jordão, página 2).

Nenhum comentário:

Postar um comentário