sábado, 29 de abril de 2023

VELHO CHICO.

 

                 (PONTE SOBRE O RIO SÃO FRANCISCO, EM IBOTIRAMA, BAHIA)


VELHO CHICO

Filemon Martins


Desde menino, em Morpará,

aprendi com o Sertanejo

que o Velho Chico

nasce na Serra da Canastra,

em Minas Gerais.


Aprendi também que o nosso rio

era conhecido como o “Nilo Brasileiro”,

ou ainda “Opará” pelos indígenas.

Com mais de 2800 km de extensão

percorre Minas, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Alagoas, desembocando no Oceano Atlântico.


Hoje, assoreado, poluído e maltratado,

precisa de revitalização.

Suas matas ciliares foram,

aos poucos, destruídas, em nome do progresso.


Mas, agem ao contrário,

querem mudar seu curso.

Querem mudar seu destino.

Dizem, cinicamente, que trará benefícios,

mas não informam aos bolsos de quem.


Ah, São Francisco de Assis,

se o Velho Chico falasse,

certamente ele diria:

- Quero correr entre as árvores,

frutificando pomares, perfumando jardins,

irrigando aquelas terras do já tão seco Sertão.


Quero seguir meu curso

como quis meu Criador,

alimentando pescadores,

pobres e esquecidos

que vivem perto de mim.


Quero que todos saibam,

estou morrendo de dor!

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