quinta-feira, 14 de agosto de 2025

UM GRITO NO AR - JESSÉ NASCIMENTO

 




UM GRITO NO AR

Jessé Nascimento


Aiiii!

Os gritos de agonia ecoam pelo espaço.

Os golpes se sucedem impiedosamente, sem misericórdia.

Ninguém parece ouvir seus pedidos de socorro.

E a crueldade do ser humano aumenta a cada dia.

Nada o detém. Nada...

As vítimas vão tombando sucessivamente,

sem ter quem as escute,

sem ter quem impeça crimes tão hediondos.

O ar fica impregnado do cheiro do massacre,

que ameaça os criminosos e os demais viventes.

Inaudíveis ao homem, os gritos e choros

sensibilizam a natureza que se defende como pode

sem conseguir impedir a matança desenfreada.

Não sei...

Não está longe o dia em que a floresta soltará seu último grito,

seu último gemido,

seu último pedido de socorro.

Terá sido tombada a última árvore.

Terá sido dizimada a vida na Terra...


(1º lugar no Concurso de Poesia Livre, do AALA, tema Floresta - 2015)


("SEMENTES POÉTICAS", PÁGINA 29) 

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