UM GRITO NO AR
Jessé Nascimento
Aiiii!
Os gritos de agonia ecoam pelo espaço.
Os golpes se sucedem impiedosamente, sem misericórdia.
Ninguém parece ouvir seus pedidos de socorro.
E a crueldade do ser humano aumenta a cada dia.
Nada o detém. Nada...
As vítimas vão tombando sucessivamente,
sem ter quem as escute,
sem ter quem impeça crimes tão hediondos.
O ar fica impregnado do cheiro do massacre,
que ameaça os criminosos e os demais viventes.
Inaudíveis ao homem, os gritos e choros
sensibilizam a natureza que se defende como pode
sem conseguir impedir a matança desenfreada.
Não sei...
Não está longe o dia em que a floresta soltará seu último grito,
seu último gemido,
seu último pedido de socorro.
Terá sido tombada a última árvore.
Terá sido dizimada a vida na Terra...
(1º lugar no Concurso de Poesia Livre, do AALA, tema Floresta - 2015)
("SEMENTES POÉTICAS", PÁGINA 29)
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