quinta-feira, 14 de agosto de 2025

O GRITO DO POETA - FILEMON MARTINS

 



O GRITO DO POETA

Filemon Martins

             

No meu viver de cidadão, proscrito,
carrego a dor imensa do Universo.
Meu canto desolado traz, aflito,
as tristezas do mundo controverso.

De desespero clamo, sofro e grito,
tudo em vão, pois o povo está imerso
na inépcia política do mito,
- não compreende mais o que é perverso.

A Esperança se esvai a cada aurora,
o poder corrompido se agiganta,
parece não haver outra saída...

Meu protesto, em verdade, não tem hora,
minha voz de poeta ainda espanta
os vendilhões da Pátria adormecida!

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