PERFIL BIOGRÁFICO DE
ADÃO FRANCISCO MARTINS
Texto elaborado pelo seu terceiro filho, Dr. Mário Ribeiro
Martins, Promotor de Justiça na cidade de Anápolis, Goiás, Brasil.
ADÃO FRANCISCO MARTINS,
filho de Gasparino Francisco Martins e Jovina Ribeiro Martins, neto do Coronel
Isidoro Ribeiro Barreto Francisco Martins, da Guarda Nacional, nasceu no antigo
Fundão de Brotas, depois Jordão de Brotas, hoje Ipupiara, Bahia, em 21 de maio
de 1915.
Neste mesmo povoado,
nasceu também o ilustre Coronel Militão Rodrigues Coelho, só que em 20 de
outubro de 1859, quando o lugarejo era Distrito de Paz, do Município de Brotas
de Macaúbas, situação em que permaneceu até 1958, portanto 100 anos depois.
Enquanto trabalhava na
roça, Adão Francisco Martins aprendeu a ler com antigos professores, um deles
conhecido como “João Capote” (por andar diuturnamente de capote) e o outro
chamado “João Papagaio” (por ser proprietário de papagaios).
No entanto, o professor
com quem mais aprendeu foi Arthur Ribeiro Sobrinho, pai da professora Miriam
Barreto e do primeiro médico de Brasília, Dr. Isaque Ribeiro Barreto.
Contudo, não chegou a
concluir o curso primário, tornando-se, porém, respeitável autodidata.
Com cerca de 19 anos, em
1934, mudou-se, ainda solteiro, para a sede do Município, Brotas de Macaúbas
que incluía, em sua área municipal, várias cidades, entre as quais, Barra do
Mendes.
Já na cidade de Brotas
de Macaúbas, foi nomeado Tabelião de Notas, iniciando-se na vida política
através da instrumentalidade do então Líder Político da Região e Prefeito
Municipal, Nestor Rodrigues Coelho, por volta de 1934, de quem também foi
Secretário, enquanto Prefeito. Ainda na cidade de Brotas de Macaúbas, foi
Agente de Estatística.
No dia 29 de outubro de
1937, casou-se com Francolina Ribeiro Martins, em Ibitunane, antigo Brumado,
continuando, no entanto, a residir em Brotas de Macaúbas.
Por volta de 1941,
transferiu residência para Brumado, hoje Ibitunane, tornando-se comerciante e
tendo como sócio, o Sr. Adelino Alves de Almeida. Nesta época, dedicou-se
também ao garimpo, comprando e vendendo, especialmente diamante, cristal etc.
Em 1946, foi nomeado
Prefeito de Brotas de Macaúbas, logo após a gestão do Prefeito Nestor Rodrigues
Coelho que se estendeu de 1934 a 1945, momento em que o Capitão Nestor Coelho
permaneceu como Presidente do Diretório Municipal de Brotas.
Alguns anos depois, em
1950, Adão Francisco Martins, transferiu residência para a cidade de Morpará,
precisamente no dia 03 de maio daquele ano. Na antiga vila de Morpará,
continuou suas atividades como comerciante, no ramo de tecidos, com a casa
comercial chamada “Loja Primavera”, sem, contudo, deixar de lado a paixão
política, pela qual se empolgara desde a tenra idade.
Orador fluente, tornou-se
exímio Pregador Evangélico, logo após a sua conversão ao Protestantismo,
ocorrida por volta de 1938.
Como político, Adão
Francisco Martins, além de Prefeito de Brotas de Macaúbas, foi também Vereador
e especialmente, mentor e conselheiro político, escrevendo discursos para
terceiros, falando em recepções a políticos, redigindo documentos,
abaixo-assinados, relatórios etc.
Funcionou, inclusive,
como advogado rábula, fazendo defesas e acusações, numa época em que a figura do
Juiz de Direito era raríssima nas Comarcas do interior do Estado e tanto mais
difícil era a presença do Advogado formado e do Promotor Público.
Por volta de 1950
vinculou-se à Maçonaria, filiando-se à Grande Loja do Estado da Bahia, na
cidade de Juazeiro, onde tornou-se membro da Loja “Harmonia e Amor”.
Depois de passar vários
anos em Morpará, retornou à terra natal, Ipupiara, em abril de 1957, onde
prosseguiu suas atividades de comerciante com a “Loja Primavera” e de Pregador
Evangélico.
Como político, continuou
na sua luta pela emancipação do Município de Ipupiara, até então vinculado a
Brotas de Macaúbas, o que terminou por acontecer em 09 de agosto de 1958, numa
luta que envolveu também o principal chefe político da região, Coronel Arthur
Ribeiro, de saudosa memória.
Foi também Secretário
Municipal, além de professor de curso supletivo, como ainda guarda-livros de
várias firmas comerciais.
Entusiasmado com a
leitura, colecionou e leu obras famosas, entre as quais, a HISTÓRIA UNIVERSAL, de
César Cantu. Entre outros escritos, destaca-se a “HISTÓRIA DOS BATISTAS NO
SERTÃO BAIANO”, trabalho que, no entanto, permaneceu inédito.
Foi um dos fundadores da
Igreja Batista de Ipupiara, tendo sido Moderador da mesma, durante vários anos.
Sem ter tido antes
qualquer problema grave de saúde, faleceu repentinamente, com parada cardíaca,
no dia 07 de janeiro de 1970, com 55 anos, após ter feito um Sermão Evangélico,
na Praça Principal da cidade de Ipupiara, deixando 5 filhos homens e 3
mulheres.
Sobre ele, escreveu
Filemon Martins:
“Ele era bom, amigo
verdadeiro,
A todos demonstrava o
mesmo amor.
Em vida foi exemplo brasileiro
No sofrimento atroz, na
própria dor.
Amante do saber, humilde obreiro,
da Esperança e do Bem foi pregador.
Viveu para servir, foi companheiro
e em tudo quanto fez, foi professor.
Ele morreu; toda a
cidade chora,
Não há mais alegria como
outrora,
Só existe a tristeza e o
dissabor...
E o céu pra recebê-lo
foi-se abrindo
Porquanto ele morreu,
morreu sorrindo,
E sorrindo partiu para o
Senhor”
Anápolis, janeiro de
1987.
Mário Ribeiro Martins
Promotor de Justiça

Nenhum comentário:
Postar um comentário