sábado, 7 de junho de 2025

MEDO DAS TREVAS - MÁRIO RIBEIRO MARTINS

 



MEDO DAS TREVAS

Mário Ribeiro Martins



Nos dolentes caminhos desta vida,

parei chorosamente pra pensar:
vi o passado - que grande ferida!
vi o presente - que tempo vulgar!

Com quase a minha fé desfalecida,
desvendei o futuro a me acenar:
contemplei minha nau quase perdida,
do encapelado mar se retirar.

Encosta, encosta, encosta foi meu brado.
Quando saiu meu grito desvairado,
a nau chegou ao cais lá no porvir.

Que tremenda visão eu tive agora!
Que sonho! Que beleza! Amável hora,
pois acordei morrendo de sorrir.

Nenhum comentário:

Postar um comentário