quarta-feira, 25 de junho de 2025

JAMAIS - JOSÉ BRITTO BARROS

 



JAMAIS
José Britto Barros

Diz a mangueira à folha que se solta:

quando é tua volta?

Já vais?

E a folha chora ao ver que vai descendo

e diz gemendo:

jamais...


A noite fala ao vento sussurrante:

como és errante!

Quem mais?

E a ventania a soluçar responde:

parar? Aonde?

Jamais...


Se descorola a flor linda e cheirosa,

era uma rosa,

que ais!

Mas vindo alguém dizer que se reponha


fala tristonha:

jamais...


Nalma inditosa de um menino triste

gemido existe,

que mais?

Já não tem lar, nem pais, sofre tortura,

gozar ventura?

Jamais...



(1ª parte – Corrente – PI – maio de 

1957)
















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