sexta-feira, 6 de junho de 2025

A FILOSOFIA ENSINA A VIVER E A PENSAR - JULIO ALVES

 




A FILOSOFIA ENSINA
A VIVER E A PENSAR.



Júlio Alves*



O trecho de Mario Ribeiro Martins, em seu livro FILOSOFIA DA CIÊNCIA, explica o que vem a ser Perspectiva Metafísica: “É a extrapolação de um campo técnico-científico para um campo filosófico. É a afirmação de tudo aquilo que não se pode dizer apoiado apenas na Ciência.
O professor Donald Forman fez um estudo sobre o corpo humano e chegou à conclusão de que os elementos químicos que o compõem não valem mais do que quatro dólares. 65 por cento é oxigênio. 18 por cento é carbono. 10 por cento é hidrogênio. 3 por cento é nitrogênio. 1,5 por cento é cálcio. 1,5 por cento é fósforo. 1 por cento, outros elementos, inclusive traços de ouro e prata.
Seria o valor do homem aquilatado à luz disso? Aqui está a frieza da Ciência e a fragilidade da matéria. O valor do homem é dado à luz da Filosofia”.
Idealizador e fundador da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, o professor Mario Martins, dentro de sua perspectiva no Magistério Superior, Promotor de Justiça, Religioso, Literato está hoje integrado com um largo traço de afeiçoamento ao trabalho da coletividade onde convive há vários anos.
A Filosofia, em sua vida, não é apenas o traço meramente teórico. A Filosofia - diz ele - “é reflexão e como tal ensina a viver e a pensar”. Nos seus diferentes campos de atuação, jurídico, religioso, docência, ele atesta que “a investigação filosófica tem o seu valor, porque através dela é possível se ter uma consciência cada vez mais crescente, o que é extremamente importante no exercício de tais atividades”.
Autor entre livros e artigos de SOCIOLOGIA DA COMUNIDADE, HISTÓRIA DAS IDEIAS RADICAIS NO BRASIL, A LITERATURA SOCIOLÓGICA EM GOIÁS, EFEITOS PICTÓRICOS NA POESIA DE MIGUEL JORGE, QUINZE ANOS DE FILOSOFIA EM ANÁPOLIS, o professor Mario Ribeiro Martins, assinala que as manifestações culturais nesta cidade “estão se intensificando de forma significativa. Uma nova página na historia da cidade tem sido escrita nos últimos tempos, com o lançamento de livros, exposição de artes, pintura, teatro, revelando que a Capital Econômica está também se tornando um centro de cultura.
Segundo ele, a criação da Academia Anapolina de Letras e Artes (concebida por Maria Ivone Correa Dias e atualmente presidida pela poetisa Célia Siqueira Arantes) e da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras contribui não somente para o desenvolvimento local do amor à cultura, mas também para a divulgação do nome da cidade no âmbito das letras nacionais.
A Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, prossegue Mario Martins, “particularmente, tem realizado concurso de trovas, de acrósticos, de poesia moderna, usando para isto as páginas do Boletim PERFIL distribuído para todo o Brasil e exterior. Os anapolinos são levados a co-participarem desses eventos culturais, através de concursos, conferências, debates culturais, lançamento de livros etc. São formas de estimulo e de motivação para as atividades culturais. Associações e entidades, como a FUMEC, SESC, AALA, colégios, jornais etc., realizam promoções levando incentivo à cultura”.
O teatro anapolino sofre retração e limitações, assim como o nacional, expressa-se o professor Mario Martins. “No caso de Anápolis, o problema se agrava porque não há a infra-estrutura necessária. Os palcos utilizados não são apropriados, faltando também o apoio das autoridades, inclusive da própria área. Mas o teatro anapolino está cumprindo o seu papel”.
CULPA DA CULTURA OU DO GOVERNO? O idealizador da AAFCL posta-se ao lado dos que defendem a finalidade original do Espaço Cultural. “É de um mau gosto extraordinariamente grande”, diz ele, sobre a transformação daquele projeto em “sede do governo municipal”. E continua “as gerações futuras, para não dizer a atual, não perdoarão o responsável por tão antipática decisão que é um atentado contra as forças culturais da terra”.
“O pior é que a mudança do projeto original se dá exatamente na hora em que a Biblioteca Municipal ZECA BATISTA não dispõe de espaço, nem para os livros e nem para os leitores que lá se amontoam diariamente. Mas a história explica isso: SE HÁ HOMENS QUE NASCEM PARA GRANDES REALIZAÇÕES, HÁ TAMBÉM AQUELES QUE NASCEM PARA GRANDES PECADOS”.
O DESTAQUE DO ANO DE 1981. Depois de bacharelar-se em Direito, Ciências Sociais, concluir Mestrado em Teologia e Licenciatura em Filosofia, no Recife, o professor Mario Martins seguiu para a Espanha, em 1973, onde fez cursos de especialização na área de Educação, no Instituto de Cultura Hispânica de Madrid e Administração Pública na Escuela Nacional de Alcalá de Henares. Realizou viagens culturais por vários países europeus. Além da Espanha, esteve em Portugal, Inglaterra e França.
Essa sua vivência internacional, permite-lhe dizer que a “infra-estrutura cultural naquele continente se faz presente na mentalidade, nas formas de agir, pensar e sentir do povo, pois ele vive e convive com a cultura”.
Escolhido pela REVISTA BRASILIA, como INTELECTUAL DO ANO DO ESTADO DE GOIÁS (1981), ele revela que “há dois elementos decisivos para a formação da cultura: Ler e Escrever. Ler tudo e escrever depois, é uma forma de averiguar o que já se aprendeu, além de permitir a renovação e ampliação de ideias”. Concorda em que “o brasileiro de fato não lê muito”. As razões - continua - “além das históricas são várias, entre as quais, o frágil poder aquisitivo, o acentuado índice de analfabetismo, a falta de estimulo à leitura e outros problemas educacionais, inclusive a filosofia de aprender apenas para assinar o nome”.
Como professor, observa que o estudante não tem sido suficientemente motivado para temas como Literatura, Política, Religião e, notadamente, Cultura de forma geral e, por diversas razões. “Uma delas é que nestes últimos tempos lhe foi ensinado apenas marcar X. A preguiça mental é uma das características da juventude moderna”.
AUTORES E TV. O papel da TV brasileira na ampliação cultural do povo é assim vista pelo homem de letras Mario Ribeiro Martins. “Não resta duvida de que a TV nacional, parte dela, tem dado a sua contribuição, no momento em que divulga autores nacionais, pintores, escultores etc, o que é feito através de programas específicos, com base em autores como Jorge Amado, Bernardo Elis, José Mauro de Vasconcelos e outros”.
Para leitura analítica ou formativa, sem levar em conta áreas especificas ou épocas, o professor Mario Martins frequenta e recomenda, entre outros autores, Otto Lara Rezende, Gilberto Mendonça Teles, Morris West etc.
O HOMEM MÁRIO RIBEIRO MARTINS. Natural de Ipupiara, Bahia, onde nasceu em 07.08.1943. Primário, em Ipupiara e Morpará (Bahia). Ginásio, em Xique-Xique e Bom Jesus da Lapa (Bahia). Clássico, no Colégio Americano Batista (Recife).
Ainda no Recife, bacharelou-se em Teologia, Filosofia e Sociologia, além de Mestrado em Teologia. Foi Pastor da Igreja Batista de Tegipió, no Recife. Lecionou no Colégio Manoel Arão, no Colégio ESUDA, no Seminário Teológico Batista do Norte do Brasil, na Universidade Federal Rural de Pernambuco, na Universidade Católica de Pernambuco.
Fez especialização em Educação, Sociologia e Administração Publica, respectivamente na Universidade Autônoma de Madrid e na Escuela Nacional de Alcalá de Henares.
Já em Anápolis, para onde se mudou em 1975, tornou-se Professor da Faculdade de Filosofia e da Faculdade de Direito. Foi co-pastor da Primeira Igreja Batista de Anápolis, ao lado do Rev. Isaias Batista dos Santos. Tornou-se por Concurso Publico de Provas e Títulos, Promotor de Justiça. Atuou nas Comarcas de Abadiânia, Corumbá de Goiás e Anápolis. Recebeu o titulo de MELHOR DO ANO (1979), em Literatura, pelo Clube de Imprensa de Anápolis. (FOLHA DE GOIAZ. Goiânia, 20.12.1981).



JÚLIO ALVES é Jornalista, Redator e Editor.

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