sábado, 31 de agosto de 2024

NOTA DE AGRADECIMENTO - FILEMON MARTINS

 




NOTA DE AGRADECIMENTO


Depois de 42 dias internado no Hospital Nipo Brasileiro, quando me submeti a uma cirurgia de coluna um tanto delicada que durou de 7 a 8h, foram colocados, segundo o médico cirurgião, 11 pinos para dar sustentação às vértebras, tive alta, digamos condicional, porque estou em casa com acompanhamento do Home Care tomando medicação até 14 de outubro/24. Recebo também semanalmente a visita de um enfermeiro, um médico a cada 15 ou 20 dias e segunda, quarta e sexta-feira a visita de uma fisioterapeuta para exercícios.

Assim, quero agradecer as orações de todos os familiares, parentes e amigos que formaram uma corrente de fé em torno do meu nome e tenho certeza de que Deus ouviu as nossas preces.

Registro aqui uma gratidão especial à equipe médica do hospital, 4 médicos ortopedistas, 1 infectologista e um médico geral que todos os dias me visitava para saber como estava o paciente. Além destes, há também a equipe de técnicos e enfermeiros que estiveram comigo noite e dia, bem assim o pessoal da cozinha, nutricionista e também da limpeza que lá passaram nestes dias doloridos que lá fiquei. 

A todos, muitíssimo obrigado!

Agora é um dia de cada vez, com uma pitada de paciência.

Filemon Martins 

TROVAS DO FILEMON

 


                          (ANTIGO MOTOR QUE GERAVA ENERGIA EM IPUPIARA, BAHIA)




TROVAS DO FILEMON


Vivendo ao sabor do vento

neste vaivém de emoção.

Sou, no mundo, um cata-vento

buscando o teu coração.


Na minha vida pacata

que levo desde menino,

tenho sido um acrobata

no circo do meu destino.


Este mar imenso e lindo

com ondas que vão e vêm,

quase sempre está sorrindo,

mas é valente também.


A luta é sempre renhida,

grana do pobre corrói,

quer fazer "um pé-de-vida",

um pé-de-enrola o destrói. 

TROVA DE WALTER WAENY

 

                                                 
                                  (FOTO DE LALINHA, IPUPIARA, BAHIA)



TROVA DE WALTER WAENY


À minha vida cruel,

não trouxeste um novo olor:

foste uma flor de papel

fazendo o papel de flor.

TROVAS DE JESSÉ NASCIMENTO

 






TROVAS DE JESSÉ NASCIMENTO


Nas ruas perambulando

com meus queixumes da lida,

vi cegos que, se guiando,

me davam lições de vida!


O mar tão belo e imponente

atemoriza e extasia,

cada onda é diferente

tal a vida a cada dia.

sexta-feira, 30 de agosto de 2024

PRECE DO ESCRITOR - MARIA THEREZA CAVALHEIRO

 





PRECE DO ESCRITOR

Maria Thereza Cavalheiro


Permiti, Senhor, que a rosa do idealismo

não pereça, jamais, em minhas mãos;

iluminai-me, Senhor, para que minha palavra

seja, agora e sempre, a Vossa Lei;

perdoai-me, Senhor, como perdoastes

o Vosso Filho dileto,

pelos momentos de fraqueza e receio,

de mudas apreensões,

que Ele próprio um dia teve,

ao pedir a Vós no Monte das Oliveiras;

lembrai-me, Senhor, de que meu auditório

é limitado pelo tempo,

pois não são muitos aqueles

cuja obra transcende gerações;

fazei, Senhor, com que eu tenha coragem

para enfrentar a derrota,

e humildade para aceitar a vitória,

pois uma e outra são da própria vida;

ajudai-me, Senhor, nos fracassos,

para que eu possa erguer-me e continuar a luta,

pois as quedas me são dadas por vós

para provar-me;

concedei, Senhor, que nos triunfos

não me deixe tomar pela vaidade,

pois os êxitos me são dados por Vós,

para servir-Vos;

levai-me, Senhor e Mestre,

a não trair meu Destino,

pois menos que uma gota d'agua sou

perante Vossa imensidão,

mas forte ao mesmo tempo

por ser uma partícula de Vós!

Amém.



quinta-feira, 29 de agosto de 2024

TRIBUTO À ARISTIDES ANTÔNIO DOS SANTOS

 



TRIBUTO À ARISTIDES ANTÔNIO DOS SANTOS

Filemon Martins           

 

Aristides Antônio dos Santos nasceu na Lagoa do Barro, um vilarejo do Município de Ipupiara, em 17/02/1924 e casou-se com Luzia Ferreira dos Santos em 1953, com quem teve oito filhos: Izilda, Aristides Filho (falecido – vítima de assalto em São Paulo), Paulo (falecido em São Paulo), Dalva, Zenia, Silas, Sandra e Leila.

Eu tinha meus 15, 16 anos quando conheci o Sr. Aristides, época em que ele se convertera ao Evangelismo e se tornara um homem de fé, de caráter imaculado. Pai exemplar e um dos maiores comerciantes de tecidos na pequena cidade de Ipupiara. Já havia trabalhado em São Paulo e conhecia muito bem a região do comércio, na época, restrito às Ruas 25 de Março, Jorge Azem, Carlos de Sousa Nazaré, Ladeira Porto Geral, entre outras. Todas no centro de São Paulo. Assim, o comerciante comprava direto das lojas e consequentemente fazia bons negócios com mercadorias da moda. Com o tempo outros comerciantes aderiram ao sistema e juntos fretavam caminhões que vinham de lá encarregados de levarem as compras até Ipupiara. Por essa época, recebi um convite do Sr. Aristides para trabalhar em sua loja. De pronto, aceitei e passei a aprender a usar o metro, desenrolar tecidos, fazer embrulhos e atender aos clientes de forma cortês e respeitosa, como recomendava o patrão. O movimento maior era nas segundas-feiras porque, como se dizia, era dia de feira. Nesse dia a população do Município acorria às compras, depois de vender seus produtos produzidos nas roças e em seus grandes quintais, como frutas, legumes, verduras ou artesanatos. A confiança era recíproca e eu sempre fui e continuo sendo um bom aprendiz. Vendia bem e aos poucos eu me tornei importante para o Sr. Aristides. Por outro lado, meu pai possuía um imóvel do outro lado da Praça Getúlio Vargas que, naquela ocasião, estava alugado. Eu com 16, 17 anos conversando com aquele senhor comerciante como se fosse um adulto, homem de negócios. E o Sr. Aristides me perguntou - por que você não põe seu próprio negócio naquele imóvel do seu pai? Respondi: - como, eu não tenho capital. Ele então, generoso como sempre foi, deu a solução: - Entro com o capital, a mercadoria e você entra com o imóvel e o seu trabalho e dividiremos os lucros. Conversei com meu pai que o conhecia mais que eu e ele surpreso acatou a sugestão. Pediu o imóvel e depois de uma breve reforma com nova pintura, abri o comércio com o capital dele. Estávamos sempre trocando ideias e não demorou muito, o negócio prosperou até que um dia ele me disse: - já é tempo de você conhecer São Paulo e fazer suas próprias compras. Conversei com meu pai, eu tinha apenas 17 anos, até a firma para abrir a loja estava em nome do meu pai que, no passado havia sido comerciante em Morpará com a loja “A PRIMAVERA”. Encarei a viagem com o Sr. Aristides, João Antônio dos Santos, seu irmão, carinhosamente chamado de Duão, João da Cruz, Agileu, Saluzinho e outros. Era minha primeira vez em São Paulo, orientado sempre pelas mãos do Sr. Aristides. Algum tempo depois, mais experiente era chegado a hora de encerrar nossa sociedade, de comum acordo com ambas as partes. Outras viagens se sucederam até que eu resolvi deixar a loja sob os cuidados de meu pai e na próxima viagem, agora com 18 anos, permanecer em São Paulo para trabalhar durante o dia e estudar à noite. Foi o que fiz. Quando necessário eu faria as compras e mandaria para Ipupiara junto aos demais comerciantes. E assim foi.

Esse sistema permaneceu por algum tempo, mas foi quebrado, porque infelizmente dia 07/01/1970, meu pai faleceu com 55 anos incompletos. Quanto ao Sr. Aristides continuou com seu comércio promissor e sua fé inabalável. Numa conversa amistosa que tivemos numa Praça de Ipupiara, ele me disse: - ¨posso voltar de São Paulo e encontrar a Serra do Carranca de ponta cabeça, que ainda assim, minha fé não será abalada¨. Nunca mais o esqueci.

Submetendo-se a uma cirurgia em São Paulo, o Sr. Aristides faleceu repentinamente em 14/03/1990. Pouco mais de um ano depois, sua esposa nos deixou em 20/04/1991, de parada cardíaca. Mas a família bem construída continua próspera, forte e unida. Como disse a poetisa Stela Câmara Dubois: “Oh, que me falte o amparo nos escolhos, falte-me o pão e a luz dos próprios olhos, porém, nunca me falte a GRATIDÃO”!

 

 

(DO LIVRO “HISTÓRIAS QUE SÓ AGORA EU CONTO”, AL PRINT, 2018, FILEMON MARTINS)

 

 

 


JESUS NA TERRA SANTA - FILEMON MARTINS

 



JESUS NA TERRA SANTA

 

Quando Jesus andou na Terra Santa

andando em vilas sempre destemido

propagando a mensagem que acalanta:

a salvação do pecador perdido.

 

Na pregação eloquente se agiganta,

conclama o povo para a fé, unido,

e o faz com autoridade que espanta

o povo incréu e não arrependido.

 

Cumprindo a predição já revelada:

Jesus, o Nazareno foi traído,

julgado e condenado numa cruz.

 

Mas hoje ressurreto, a voz alada

convida todo o povo corrompido

“vinde a mim todos vós, eu sou Jesus!”

 


SONETO DE OLAVO BILAC

 




SONETO DE OLAVO BILAC
(UM DOS PRIMEIROS SONETOS DO POETA)

Asas ao vento abertas, a gaivota
parte, buscando a doce companheira;
roçando as plumas na azulada esteira
pousa distante, na pequena ilhota.

Ah, dos mares na amplidão ignota,
oculto pela encosta da pedreira,
tem ela o ninho pendurado à beira
da água, entre a relva que viçosa brota.

Quando a procela, nos brutais arrancos,
açoita irada do rochedo os flancos,
e os ventos uivam com fragor profundo;

Sem temor, em seu ninho, ela, quieta,
é a imagem pura da alma do poeta,
tranquila, em face das paixões do mundo.

(DO LIVRO "VIDA E POESIA DE OLAVO BILAC, DE FERNANDO JORGE)

quarta-feira, 28 de agosto de 2024

TROVA DO FILEMON

 




TROVA DO FILEMON


No sertão ninguém contesta,

o povo celebra e canta,

a chuva promove festa,

fartura para quem planta.


terça-feira, 27 de agosto de 2024

SONETO DE CARLOS RIBEIRO ROCHA

 





SONETO DE CARLOS RIBEIRO ROCHA

Nasci distante, mas, um certo dia
ainda bem pequeno fui levado
para uma vila em que se conhecia
um casal na verdade muito amado.

E, com esse casal eu fui criado
com muito zelo, estima e regalia,
fui também instruído e preparado
na boa escola que na vila havia.

O quanto é bom a vida bem tranquila
do meu interior em que vivi,
e só na escola conhecia fila.

Fui eu que desta forma decidi?
Cheguei, amigos, à pequena vila
por um desses caminhos que não vi.

(DO LIVRO COROA DE SONETOS)

domingo, 25 de agosto de 2024

É TEMPO DE ELEIÇÕES - SAUL RIBEIRO DOS SANTOS

 





É TEMPO DE ELEIÇÕES  🗳

 Saul Ribeiro dos Santos


          Antes de escrever algumas palavras sobre esse importante tema – as eleições,
desejo externar aqui o meu contentamento pela recuperação da saúde do meu amigo Filemon Martins. Passou muitos dias em tratamento internado no Hospital Nipo Brasileiro, um dos melhores de São Paulo. Fiquei muito satisfeito pela informação que ele mesmo me mandou. Recebeu alta no dia 21 de agosto. Agradeci a Deus pela recuperação gradual da saúde deste meu parente e amigo.

A campanha política está presente nas ruas, nos carros de som, no WhatsApp, e outros meios de divulgação. A boa política existe e por si só fala bem alto perante a comunidade municipal em cada parte do Brasil.
      Agora vamos, por meio de poucas palavras, mergulhar neste importante tema. As eleições municipais ou eleições gerais sugerem responsabilidade dos eleitores e dos candidatos. Os Municípios precisam de boa política.
    Os políticos percebem que existe um anseio, na verdade um clamor popular pela demonstração de honestidade e sinceridade por parte dos administradores públicos municipais. O povo percebe também que não haverá boa política sem a renovação intelectual e patriótica dos eleitores e do povo em geral.
    Candidatos honestos existem. Cada candidato, seja a prefeito ou vereador, precisa estar preparado para a função que pretende exercer. Precisa ter grande afeição, amor e interesse pelo Município. Precisa reinvindicar coisas, apresentar e votar leis favoráveis ao povo. Os candidatos que forem eleitos precisam saber que após a posse o povo vai observar a sua atuação na política.
     O eleitor, por sua vez, precisa saber que a sua responsabilidade não termina após o ato de votar. Continua pelos próximos quatro anos. É necessário conversar com os candidatos eleitos (qualquer que seja o partido político), dar sugestões, verificar como estão desempenhando o mandato ou a função autorizada pelo povo por meio do voto. Afinal de contas o povo concedeu-lhes o poder por quatro anos.
     Por outro lado vê-se que os políticos despreparados e até com outras intenções estão  por aí, querendo chegar ao poder. Há políticos que estão fazendo falsas promessas. Falam bonito mas estão mentindo. Os Municípios não precisam dessa espécie de políticos que decepcionam – não merecem confiança. Essa espécie de políticos é desastrosa para o Município e o eleitor vai pagar muito caro durante quatro longos anos. O eleitor precisa ser esperto e repudiar, rejeitar o candidato que tem aquele “jeitão” de comprar a simpatia e até a consciência.
     É crucial perceber que durante as campanhas políticas é fácil enganar. O candidato que sai por aí e paga cinco litros de gasolina para moto de eleitores está enganando. Há candidatos e seus cabos eleitorais que enganam eleitores pagando uma rodada de cerveja ou até uma rodada de “pinga”. Há políticos que enganam famílias inteiras. Quando o eleitor pede algum tipo de favor, como coisa do tipo “quanto vou ganhar” para colocar o retrato ou a foto na minha porta. Ou então diz: “você vai me dar uma cesta básica?” Se o eleitor fizer estas perguntas ou se o candidato ou seus cabos eleitorais pagam aqueles tipos de bebidas, pode crer que trata-se de pessoa desonesta e como tal não merece confiança. Isso é desonestidade. O eleitor ou o candidato que faz esse tipo de perguntas está querendo pagar e conseguir apenas favores pessoais no momento da votação.
     Você, prezado leitor, percebe que com esses tipos de políticos e eleitores o seu Município não progride. Ficará sempre no atraso, na rabeira. A saúde pública poderá enfraquecer, a educação escolar também. A limpeza urbana e a coleta domiciliar do lixo ficam desajustadas e incompletas. Outros serviços municipais também poderão sofrer as consequências e ficarão ineficientes. As pessoas percebem isso. E muitas perdem até a paciência. Portanto, muito cuidado.
Que cada eleitor(a) tenha consciência e vote em quem tenha caráter para representar os interesses do povo do Município.