(PAISAGEM DE IPUPIARA, FOTO ENVIADA PELO PASTOR CLÓVIS DE SOUSA)
PERFIL BIOGRÁFICO DE ADÃO FRANCISCO MARTINS
(TEXTO ELABORADO PELO SEU TERCEIRO FILHO, DR.
MÁRIO RIBEIRO MARTINS, PROCURADOR DE JUSTIÇA DO ESTADO DE GOIÁS).
ADÃO FRANCISCO MARTINS (Que havia nascido em
21.05.1915, em Ipupiara, e estava com 23 anos de idade), foi SECRETÁRIO
MUNICIPAL, conforme documentos escritos e publicados, na mão do autor destas
notas, entre os quais, o “ORÇAMENTO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE BROTAS DE
MACAÚBAS, PARA O EXERCÍCIO DE 1939”(DECRETO-LEI 63, de 5.7.1938), impresso na
LIVRARIA CATILINA, de Romualdo Santos-Livreiro Editor-Rua Portugal, 20,
Salvador, Bahia, onde se lê: Prefeito Municipal-Nestor Rodrigues Coelho.
Secretário Municipal-Adão Francisco Martins.
Filho de Gasparino Francisco Martins e Jovina
Ribeiro Martins, neto do Coronel Isidório Ribeiro dos Santos, meu pai, Adão
Francisco Martins, enquanto trabalhava na roça, aprendeu a ler com os antigos
professores, “JOÃO CAPOTE” e “JOÃO PAPAGAIO”. Mas, seu principal professor foi
Arthur Ribeiro Sobrinho, pai do primeiro médico de Brasília, Dr. Isaque Ribeiro
Barreto.
Em 1934, com 19 anos de idade, na cidade de
Brotas de Macaúbas, foi nomeado Tabelião de Notas e Agente de Estatística.
Casou-se em Brumado, hoje Ibitunane, em 29.10.1937, com Francolina Ribeiro
Martins, tornando-se comerciante de Diamantes, em sociedade com Adelino Alves
de Almeida.
Em 1946, foi nomeado Prefeito de Brotas de
Macaúbas, logo após a gestão do Prefeito Nestor Rodrigues Coelho, que se
estendeu de 1934 a 1945, momento em que o Capitão Nestor Coelho permaneceu como
Presidente do Diretório Municipal de Brotas e se elegeu Deputado Estadual, a
partir de 1946. Nestor Coelho faleceu em Salvador, Bahia, em 26.12.1953, na
condição de Deputado Estadual, tendo sido sepultado no Mausoléu da família, em
Barra do Mendes.
Nomeado Adão Francisco Martins, Prefeito de
Brotas de Macaúbas, em 1946, pelo Interventor Federal na Bahia(1946-1947),
General Cândido Caldas, permaneceu no cargo de Prefeito, até abril de 1947,
quando, terminada a “interventoria” na Bahia, o Governo Estadual foi passado
para o Governador eleito pelo povo, Otávio Mangabeira e realizadas as eleições
municipais.
Como Prefeito nomeado de Brotas, meu pai Adão
Francisco Martins, construiu entre 1946 e 1947, a ponte de madeira, ainda hoje
existente nos povoados de “Mourão” e “Santa Rosa”, debaixo da qual não passa
mais hoje nem um pingo de água, onde outrora fora um pequeno rio.
Mas, para que meu pai tomasse posse como Prefeito
Municipal de Brotas, não foi fácil. Aliás, foi João da Cruz Cunha que reuniu
cerca de 60 cavaleiros para garantir a posse do meu pai Adão Francisco Martins,
como Prefeito de Brotas de Macaúbas, na presença do Juiz de Direito da Comarca,
Dr. Sebastião, genro do Coronel João Arcanjo Ribeiro, em 1946, quando meu pai
foi nomeado Prefeito, pelo Interventor Federal na Bahia, General Cândido
Caldas. É que a população de Brotas, sede do município, não admitia que o prefeito
nomeado viesse do JORDÃO, um dos Distritos.
Em 03.05.1950, Adão Francisco Martins, mudou-se
para Morpará, às margens do Rio São Francisco, onde fundou a “Loja Primavera”,
de tecidos, além de ter sido Vereador. No mesmo ano, vinculou-se à Loja
Maçônica HARMONIA E AMOR, de Juazeiro, pertencente à GRANDE LOJA DO ESTADO DA
BAHIA.
Em abril de 1957, retornou à sua terra natal,
Ipupiara, como comerciante de tecidos e como Pregador Evangélico, vinculado ao
Protestantismo Batista. Contribuiu, escrevendo discursos e redigindo
documentos. Como político, continuou na sua luta pela emancipação política de
Ipupiara, que se tornou município independente de Brotas, em 09.08.1958, ao
lado do Chefe Político da região, Coronel Arthur Ribeiro.
Colecionou e leu obras famosas, entre as quais, a
“HISTÓRIA UNIVERSAL”, de César Cantu, com mais de 32 volumes, hoje em poder
deste autor. Entre outros escritos, destaca-se a “HISTÓRIA DOS BATISTAS NO
SERTÃO BAIANO”, trabalho que, no entanto, permaneceu inédito.
Após ter fundado a Igreja Batista de Ipupiara,
FALECEU REPENTINAMENTE, com parada cardíaca, no dia 07.01.1970, com 55 anos,
depois de ter feito um Sermão Evangélico, na Praça Principal da cidade,
deixando 5 filhos homens e 3 mulheres.
Sobre ele escreveu Filemon Martins:
“Ele era bom; amigo verdadeiro, /a todos
demonstrava o mesmo amor./Em vida foi exemplo brasileiro/no sofrimento atroz,
na própria dor. Amante do saber, humilde obreiro, /da Esperança e do Bem foi
pregador. /Viveu para servir ao companheiro/e em tudo quanto fez, foi
professor. /Ele morreu; toda a cidade chora, /não há mais alegria como outrora,
/só existe a tristeza e o dissabor.../E o céu pra recebê-lo foi-se abrindo,
/porquanto ele morreu, morreu sorrindo, /e sorrindo partiu para o Senhor”!
Obs.: Mário Ribeiro Martins nos deixou em
18/03/2016.
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