sexta-feira, 19 de abril de 2024

NOVA COBRANÇA


 


SONETO DE FILEMON MARTINS

NOVA COBRANÇA 

(Filosofando)



Se cobro alguma coisa desta vida, 

ela disfarça e vai me respondendo: 

“qualquer dia, meu caro, pago a dívida” 

e sem pensar, aceito e vou vivendo. 


O tempo vai passando e na corrida 

aqueles sonhos vão-se desfazendo, 

já não sinto esperança na descida 

e o mundo, sem amor, está horrendo. 


A vida dissimula um falso encanto 

que acaba em choro, dor e desencanto 

sem cumprir as promessas que nos fez. 


E tudo não passou de ledo engano, 

porque sem fé, sem luz, o ser humano 

carrega a cruz de sua insensatez.

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