domingo, 21 de janeiro de 2024

SONETO DE MACIEL MONTEIRO

 


SONETO

Maciel Monteiro

 

Formosa, qual pincel em tela fina

Debuxar jamais pôde ou nunca ousara;

Formosa, qual jamais desabrochara

Na primavera a rosa purpurina.

 

Formosa, qual se a própria mão divina

Lhe alinhara o contorno e a forma rara;

Formosa, qual jamais no céu brilhara

Astro gentil, estrela peregrina.

 

Formosa, qual se a natureza e a arte,

Dando as mãos em seus dons, em seus lavores,

Jamais soube imitar no todo ou parte.

 

Mulher celeste, oh! anjo de primores!

Quem pode ver-te, sem querer amar-te?

Quem pode amar-te, sem morrer de amores?!

 

("GRANDES SONETOS DA NOSSA LÍNGUA", PÁGINA 93)


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