AMOR E POESIA
Olavo Bilac
Longe de ti, se escuto, porventura,
teu nome, que uma boca indiferente
entre outros nomes de mulher murmura,
sobe-me o pranto aos olhos, de repente...
Tal aquele, que, mísero, a tortura
sofre de amargo exílio, e tristemente
a linguagem natal, maviosa e pura,
ouve falada por estranha gente...
Porque teu nome é para mim o nome
de uma pátria distante e idolatrada,
cuja saudade ardente me consome:
E ouvi-lo é ver a eterna primavera
e a eterna luz da terra abençoada,
onde, entre flores, teu amor me espera.
(SONETO XXXI DA " VIA-LÁCTEA" )
(LIVRO VIDA E POESIA DE OLAVO BILAC, BIOGRAFIA DE FERNANDO JORGE)
Nenhum comentário:
Postar um comentário