ÚLTIMO FANTASMA
Castro Alves (1847 - 1871)
Quem és tu, quem és tu, vulto gracioso,
Que te elevas da noite na orvalhada?
Tens a face nas sombras mergulhada...
Sobre as névoas te libras vaporoso...
Baixas do céu num voo harmonioso! ...
Quem és tu, bela e branca desposada?
Da laranjeira em flor a flor nevada
Cerca-te a fronte, ó ser misterioso! ...
Onde nos vimos nós? És doutra esfera?
És o ser que eu busquei do sul ao norte...
Por quem meu peito em sonhos desespera?
Quem és tu? Quem és tu? — És minha sorte!
És talvez o ideal que esta alma espera
És a glória talvez! Talvez a morte! ...
(DO LIVRO ESPUMAS FLUTUANTES)

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