terça-feira, 11 de julho de 2023

OUVIR ESTRELAS

                                                            (FOTO INTERNET)


OUVIR ESTRELAS

OLAVO BILAC


¨Ora (direis) ouvir estrelas! Certo

Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,

Que, para ouvi-las, muita vez desperto

E abro as janelas, pálido de espanto...


 E conversamos toda a noite, enquanto

A Via Láctea, como um pálio aberto,

Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,

Inda as procuro pelo céu deserto.


 Direis agora: "Tresloucado amigo!

Que conversas com elas? Que sentido

Tem o que dizem, quando estão contigo?"


 E eu vos direi: "Amai para entendê-las!

Pois só quem ama pode ter ouvido

Capaz de ouvir e de entender estrelas.


(FONTE AVBAP)


SOBRE O AUTOR:


Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) foi poeta, contista e jornalista brasileiro. Autor da letra do Hino à Bandeira. Foi um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras.

Filho do cirurgião do exército, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula, só conheceu o pai em 1870, quando este voltou da Guerra do Paraguai.

Em 1880, para satisfazer o desejo do pai, Bilac entrou para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e depois para a Faculdade de Direito em São Paulo, mas não completou nenhum dos dois cursos.

Dedicou-se à poesia e ao jornalismo, publicou suas primeiras poesias, em 1883, na Gazeta Acadêmica. Nesse mesmo ano, conheceu Alberto de Oliveira e sua irmã Amélia de Oliveira, por quem se apaixonou, mas foi impedido de casar, pois a família não aceitava a vida boêmia do poeta.

Colaborou com vários jornais e revista, entre eles, a Gazeta de Notícias, A Semana e o Diário de Notícias, trabalhando ao lado de Machado de Assis, Alberto de Oliveira, Coelho Neto, Raul Pompéia, Raimundo Correia e Aluízio Azevedo.

(FONTE INTERNET)

 

 

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