OUVIR ESTRELAS
OLAVO BILAC
¨Ora (direis) ouvir estrelas! Certo
Perdeste o senso!" E eu vos direi, no entanto,
Que, para ouvi-las, muita vez desperto
E abro as janelas, pálido de espanto...
E conversamos toda a noite, enquanto
A Via Láctea, como um pálio aberto,
Cintila. E, ao vir do sol, saudoso e em pranto,
Inda as procuro pelo céu deserto.
Direis agora: "Tresloucado amigo!
Que conversas com elas? Que sentido
Tem o que dizem, quando estão contigo?"
E eu vos direi: "Amai para entendê-las!
Pois só quem ama pode ter ouvido
Capaz de ouvir e de entender estrelas.
(FONTE AVBAP)
SOBRE O AUTOR:
Olavo Brás Martins dos Guimarães Bilac (1865-1918) foi poeta, contista e jornalista brasileiro. Autor da letra do Hino à Bandeira. Foi um dos principais representantes do Movimento Parnasiano que valorizou o cuidado formal do poema, em busca de palavras raras, rimas ricas e rigidez das regras da composição poética. Membro fundador da Academia Brasileira de Letras.
Filho do cirurgião do exército, Brás Martins dos Guimarães e de Delfina Belmira Gomes de Paula, só conheceu o pai em 1870, quando este voltou da Guerra do Paraguai.
Em 1880, para satisfazer o desejo do pai, Bilac entrou para a Faculdade de Medicina do Rio de Janeiro e depois para a Faculdade de Direito em São Paulo, mas não completou nenhum dos dois cursos.
Dedicou-se à poesia e ao jornalismo, publicou suas primeiras poesias, em 1883, na Gazeta Acadêmica. Nesse mesmo ano, conheceu Alberto de Oliveira e sua irmã Amélia de Oliveira, por quem se apaixonou, mas foi impedido de casar, pois a família não aceitava a vida boêmia do poeta.
Colaborou com vários jornais e revista, entre eles, a Gazeta de Notícias, A Semana e o Diário de Notícias, trabalhando ao lado de Machado de Assis, Alberto de Oliveira, Coelho Neto, Raul Pompéia, Raimundo Correia e Aluízio Azevedo.
(FONTE INTERNET)

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