sexta-feira, 16 de junho de 2023

À MINHA MÃE

 

                                                        (FOTO DO MEU ACERVO)


À MINHA MÃE

(Homenagem às mães que já partiram)

Filemon Martins


Quanta falta me faz o teu colo, mamãe.

Às vezes me pego sonhando

e confabulando sobre assuntos diversos.

Um relicário de saudade!


Quantas vezes ouvi tua voz severa e dura,

mas cheia de ternura e de carinho

ao falar comigo, quando ia visitar-te.

E quantas vezes choraste em silêncio

com a ausência de teus filhos?


Como pode a dor pesar tanto no meu peito?

A saudade toma conta do meu coração.

Meu sonho bonito e risonho foi desfeito.

Se me viste nascer, crescer e viver,

por que partiste sem dizer adeus?


Meu coração soluça de saudade,

que tortura é sofrer e chorar?

A dor de viver na orfandade nunca vai acabar.


Estes versos escrevo chorando,

- por que não te vi partir?

Lágrimas vou derramando

mergulhado no desgosto e na saudade

de nunca mais te ver.


Mas eu te bendigo, mãe, onde estiveres

com todo meu amor e minha inspiração,

meus versos são teus, se quiseres,

porque aqui, ajoelhado, deponho

meu coração cheio de luz.




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