TROVAS DO HILDEMAR
Eu não temo minha sorte
e nem lamento a partida,
porque duvido que a morte
seja amarga como a vida!
No Sertão se a chuva some,
a seca traz desencanto;
resta a palma para a fome,
para a sede resta o pranto.
Neste mundo eu pouco somo
e fiquei dele a mercê,
se cheguei sem saber como,
volto sem saber porquê.
A morte, mesmo no atraso,
leva o vivente esquecido.
Ninguém morre por acaso,
e sim, porque foi nascido.
(A FIGUEIRA, JULHO/AGOSTO-2003, PÁGINA 7)
Nenhum comentário:
Postar um comentário