sexta-feira, 11 de julho de 2025

TROVAS DO HILDEMAR

 




TROVAS DO HILDEMAR


Eu não temo minha sorte

e nem lamento a partida,

porque duvido que a morte

seja amarga como a vida!


No Sertão se a chuva some,

a seca traz desencanto;

resta a palma para a fome,

para a sede resta o pranto.


Neste mundo eu pouco somo

e fiquei dele a mercê,

se cheguei sem saber como,

volto sem saber porquê.


A morte, mesmo no atraso,

leva o vivente esquecido.

Ninguém morre por acaso,

e sim, porque foi nascido.


(A FIGUEIRA, JULHO/AGOSTO-2003, PÁGINA 7)

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