O RELÓGIO
Neide Barros Rêgo
Horas depois de me encontrar com ela
e apaixonado arder, preso em seus braços,
eu deparei com o relógio dela
no leito onde repouso meus cansaços.
Quando partiu (eu vi pela janela),
o meu olhar acompanhou-lhe os passos.
Ia ditosa, radiante, bela!
Por certo, ia pensando em meus abraços.
Segurei o relógio, ternamente,
daquela que se fora tão contente,
que o esqueceu no instante da partida.
E constatei, surpreso, estar parado,
talvez para deixar eternizado
o encontro mais feliz da minha vida!
(A FIGUEIRA, JULHO/AGOSTO-2003, PÁGINA 6)
Nenhum comentário:
Postar um comentário