quinta-feira, 8 de maio de 2025

MINHA MÃE - AMÉRICO D'ALBUQUERQUE

 



MINHA MÃE

Américo D'Albuquerque


Jamais do santo olhar, que ainda fulgura

em nosso coração, em que a dor mora,

a flama vibrará canção sonora

do teu carinho ao sol, todo candura.


Nossa mãe!... Minha mãe. Jamais murmura

essa prece de amor minha alma, agora,

em ti buscando a luz, álacre aurora,

que nos cantava, a rir, toda ventura.


Abra-me o coração, me parta a lira,

me rasgue o peito, crudelina e dira,

essa morte que o bem nos arrancara;


mate-me a dor, que esta alma dilacera,

que a vida, agora, viverás mais vera,

nesta saudade perenal e cara!


(ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL - 1980, 2º VOLUME, PÁGINA 59)

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