MINHA MÃE
Américo D'Albuquerque
Jamais do santo olhar, que ainda fulgura
em nosso coração, em que a dor mora,
a flama vibrará canção sonora
do teu carinho ao sol, todo candura.
Nossa mãe!... Minha mãe. Jamais murmura
essa prece de amor minha alma, agora,
em ti buscando a luz, álacre aurora,
que nos cantava, a rir, toda ventura.
Abra-me o coração, me parta a lira,
me rasgue o peito, crudelina e dira,
essa morte que o bem nos arrancara;
mate-me a dor, que esta alma dilacera,
que a vida, agora, viverás mais vera,
nesta saudade perenal e cara!
(ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL - 1980, 2º VOLUME, PÁGINA 59)
Nenhum comentário:
Postar um comentário