quinta-feira, 13 de fevereiro de 2025

MEDO DAS TREVAS - MÁRIO RIBEIRO MARTINS

 



MEDO DAS TREVAS
Mário Ribeiro Martins


Nos dolentes caminhos desta vida, 
parei chorosamente pra pensar: 
vi o passado - que grande ferida! 
vi o presente - que tempo vulgar!
 
Com quase a minha fé desfalecida, 
desvendei o futuro a me acenar: 
contemplei minha nau quase perdida, 
do encapelado mar se retirar.
 
Encosta, encosta, encosta foi meu brado. 
Quando saiu meu grito desvairado, 
a nau chegou ao cais lá no porvir.
 
Que tremenda visão eu tive agora! 
Que sonho! Que beleza! Amável hora, 
pois acordei morrendo de sorrir.

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