UM CARA FOLGADO
Filemon Martins
Entrei no ônibus e só havia um lugar desocupado. Poltrona dupla, mas já havia um cara sentado na outra parte, com as pernas abertas ocupando todo o banco. É como se dissesse: - "aqui é meu e ninguém tasca". Pedi licença e me sentei. Mas fiquei matutando: que cara folgado! Merece uma reprimenda. De repente, entrou um cidadão com uma massa corpórea bem avantajada e veio vindo em minha direção e se postou bem em frente. Pensei: taí a reprimenda que eu queria. Fiz sinal para ele e cedi meu lugar para o cidadão e me encaminhei para trás do ônibus. Deixei o folgado se acertar com o recém-chegado. É o que se chama ¨tapa com luva de pelica¨.
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