quinta-feira, 31 de outubro de 2024

TROVAS DE HUMBERTO DEL MAESTRO

 


TROVAS DO HUMBERTO DEL 

MAESTRO



Fim da vida um leve arranjo;
de pecado estou deserto...
Não me julgo ainda um anjo,
mas estou chegando perto.

Meu mundo é só de esperança,
que em outro não sei viver...
Sou poeta, sempre criança,
que é pecado envelhecer.

Quem me dera ser menino,
voltar a ser o que era...
Me diz ao longe o destino:
- É bom sonhar primavera.

A noite perde-se em calma.
Chove e é madrugada agora.
Parece até que a minha alma
cai em soluços, lá fora.

Pousaste, num voo franco,
na minha vida de afago,
como um cisne muito branco,
por sobre a calma de um lago.



(Revista A FIGUEIRA, nº 65, 1998,
 
editada pelo saudoso poeta Abel B. 

Pereira)
















Nenhum comentário:

Postar um comentário