(FOTO DO PRIMO SANDRO, IPUPIARA, BAHIA)
INDIFERENÇA
ZIVER RITTA (Porto Alegre - RS)
Dias depois da nossa desavença,
naquela tarde, num final de agosto,
eu compreendi o aviso na sentença
que, sem sorrir, ela jogou-me em rosto.
Disse, claro demais para meu gosto:
“Bem ao contrário do que reza a crença
que nós chamamos popular, o oposto
do amor não é o ódio. É a indiferença”.
Depois da nossa briga assim me disse,
e o fez, como se vê, de forma clara,
para que eu não tomasse por tolice.
Por isso hoje, ao ver-nos frente a frente,
se ela com ódio em seu olhar me encara,
desvio o meu olhar indiferente.
(Jornal FANAL, n° 564, agosto de 2002, página 01, órgão oficial da Casa do Poeta “Lampião de Gás”, de São Paulo)
Nenhum comentário:
Postar um comentário