VISITA À CASA PATERNA
Luis Guimarães Júnior
Como a ave que volta ao ninho antigo
Depois de um longo e tenebroso inverno,
Eu quis também rever o lar paterno,
O meu primeiro e virginal abrigo.
Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,
O fantasma talvez do amor materno,
Tomou-me as mãos, - olhou-me, grave e terno,
E, passo a passo, caminhou comigo.
Era esta sala... (Oh! se me lembro e quanto!)
Em que da luz noturna a claridade
Minhas irmãs e minha mãe... O pranto
Jorrou-me em ondas... Resistir quem há-de?
Uma ilusão gemia em cada canto,
Chorava em cada canto uma saudade.
(LIVRO "GRANDES SONETOS DA NOSSA LÍNGUA", PÁGINA 95)
Nenhum comentário:
Postar um comentário