quarta-feira, 31 de janeiro de 2024

VISITA À CASA PATERNA

 




VISITA À CASA PATERNA

Luis Guimarães Júnior


Como a ave que volta ao ninho antigo

Depois de um longo e tenebroso inverno,

Eu quis também rever o lar paterno,

O meu primeiro e virginal abrigo.


Entrei. Um gênio carinhoso e amigo,

O fantasma talvez do amor materno,

Tomou-me as mãos, - olhou-me, grave e terno,

E, passo a passo, caminhou comigo.


Era esta sala... (Oh! se me lembro e quanto!)

Em que da luz noturna a claridade

Minhas irmãs e minha mãe... O pranto


Jorrou-me em ondas... Resistir quem há-de?

Uma ilusão gemia em cada canto,

Chorava em cada canto uma saudade.


(LIVRO "GRANDES SONETOS DA NOSSA LÍNGUA", PÁGINA 95) 

Nenhum comentário:

Postar um comentário