quarta-feira, 15 de novembro de 2023

NA PRAIA

 



NA PRAIA

Filemon Martins


                        

Caminho, sem destino, pela praia,

- por que me fere a solidão assim?

Percebo que à distância o sol desmaia

talvez para esconder o amor de mim.


O mar, aos prantos, seu furor ensaia

mostrando seu poder quase sem-fim,

mas vou partindo sem que a noite caia

enquanto as ondas fazem seu motim.


Minhas marcas se perdem pela areia,

porque depois com força a maré-cheia

vem e apaga as pegadas que deixei...


Também a minha sorte me maltrata

como a maré que passa, a vida ingrata

vai apagando tudo o que sonhei!


 

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