MINHAS BARBAS
Eno Teodoro Wanke
Minhas barbas, crescendo devagar,
me levam à ilusão de ser adulto.
Mas, felizmente para mim, o vulto
do poeta sobrevive, a me salvar...
E sou de novo o príncipe, a sonhar
com leves borralheiras, neste culto
ardente dos meus versos, onde exulto
em juventude haurindo luz solar...
Na minha nobre vida de engenheiro
cultivo com cuidado o meu canteiro
de música, expressada em voz maior,
e, graças à Poesia, continuo
a ser menino grande, e ainda atuo
e saboreio a vida ao meu redor!
(ANUÁRIO DE POETAS DO BRASIL, 1980 - 1ª VOLUME, PÁGINA 136)
(FOCALIZADO EM MEU LIVRO "FAGULHAS", PÁGINAS 159/165)
Nenhum comentário:
Postar um comentário