sábado, 30 de setembro de 2023

TROVAS DO FILEMON

 

(FOTO ENVIADA PELA PRIMA LAURENTINA)

TROVAS DO FILEMON

Viver sozinho é sofrer
que solidão também mata.
Mas amar é um prazer
e uma eterna serenata.

Ouço a noite às escondidas
estes sons de violão:
lembranças de duas vidas
vivendo a mesma paixão.

Nem é preciso que agites
essa chama não se apaga
na cama ficamos quites
amor com amor se paga.

Em meio a nossa paixão
não deve haver o ciúme.
Só amor no coração
que a flor exala o perfume.



ROSAS

 



ROSAS

Glória Guedes Di Paizzin


A Tempestade,  brigando com a flor

 Veio tempestuosa, temerária.

Carregando pedra, encosta, árvore frondosa.

Querendo tudo triturar.

Destruindo a florzinha delicada, singela. 

- Não podes, florzinha ridícula,

Recolha-se a sua insignificância.

Cortando terra, abrindo estrada. 

Caudalosa enxurrada 

Como se tivesse pressa para chegar ao mar.

E a florzinha humilhada, chora. 

Agarra-se as suas sementes. 

Implorando aos céus, pra tempestade se  acalmar.

Não senhora tempestade, não a enfrentarei. 

Só quero sobreviver.

A tempestade furiosa, não sobreviverá! 

Truculenta, soberba, absurda.

Encheu. 

Derramou.

Alagou.

O céu carrancudo cinza chumbo.

Chorando, para a florzinha, se afogar.

Trovões como tambores, raios riscando fogo.

Tempestade passa rápido, passou.

Pronto, nada sobrou, foi um arraso. 

Só a enxurrada corria.

A florzinha, agarrada as suas sementes flutuava. 

Vamos aonde a sorte nos levar.

Tão simples, tão leve, foi.

Suportamos,  algumas sementes se perderam. 

Sobraram pouquíssimas.

Viajou sem querer quilômetros.

O céu clareou.

A florzinha chegou numa encosta, abraçou humildemente suas poucas sementes. 

Se cobriu com um pouco de terra  

Somente para descansar. 

Pegou no sono 

Germinou.

Brotaram lindas, viçosas.

Terreno fértil apropriado.

Todos que por ali passam se encantam.

De onde vieram flores tão lindas. 

Baixinho, feliz ela responde: não brigue com ninguém furioso, arrogante, deixa a vida te levar. 

Tudo na vida passa.


AMOR E SAUDADE

 


AMOR E SAUDADE

Filemon Martins


Vou prosseguindo pelo meu caminho

em busca do meu sonho mais dileto:

- cantar feliz e amar qual passarinho,

que no seu ninho sente-se completo.


Correr ao vento, roupa em desalinho,

plantando amor e paz no meu trajeto,

quero encontrar um pouco de carinho

que me dê paz no mundo sem afeto.


Vejo, porém, que continuo o mesmo,

descrente, sem amor, vagando a esmo

sem encontrar a tal felicidade.


E os sonhos que sonhei em minha vida

vão acenando em triste despedida

cravando, no meu peito, esta saudade.



NÃO ESTOU SÓ

 



NÃO ESTOU SÓ

Filemon Martins


 

Nestes últimos tempos

vivo me esbarrando com a saudade,

saudade de tudo: ausências que o tempo criou,

silêncios que gemem lá fora,

sonhos que a velhice levou,

estrelas que se apagaram,

esperanças que a vida deu fim,

mas a solidão intrometida vai se achegando

e se instala em minha casa.

De repente, sem que eu perceba ela se acomoda

e toma conta do sofá da sala.

Pergunto o que deseja e logo me responde:

- ficar em sua companhia.

Por isso, nunca estou só,

aonde quer que eu vá,

as duas estão lá,

quando a saudade aperta,

a solidão me acalenta.

Foi aí que descobri:

cheguei aos setenta e três.


 

CADEIRA Nº 10 - MEMBRO TITULAR: ISABEL FURINI

 



 

Cadeira nº 10 - Membro Titular: Isabel Furini
Patrono: Dario Vellozo

Isabel Furini nasceu em Buenos Aires em 1949. Radicou-se em Curitiba/PR.
Poetisa, escritora, educadora e palestrante. Morou em Medellín e em Bogotá (Colômbia), de 1975 à 1980. Fez várias viagens ao Peru, e em uma delas permaneceu 6 meses em Lima, estudando as culturas pré-incaicas. Em 1995 e 1998, esteve em Machu Picchu e em Cusco onde fez contato com o xamanismo e escreveu um livro no qual narra sua viagem. 
Publicou  livros abordando o esoterismo, além da filosofia e psicologia orientais. Mas sua paixão sempre foi a poesia, sendo que desde criança escreve poemas. Seu primeiro livro  “O Homem e Deus”, no idioma português, foi publicado na cidade paranaense de Curitiba, no ano de 1985.
Foi uma das fundadoras do Centro Filosófico Delfos, primeiro em Medellín (Colômbia) e anos mais tarde em Curitiba. Ministrou aulas nessa instituição, junto com o professor Francisco Zemek, até o começo dos anos 2000, quando se separaram. 
Foi colunista do Suplemento Dominical “Viver Bem”, no jornal impresso Gazeta do Povo, e editado pela jornalista Nereide Michel. Sua coluna, intitulada “Vencendo limites”, foi publicada de dezembro de 1984 até final de 1999.
Nos anos 90 ministrou cursos e palestras de Oratória Filosófica na Biblioteca Pública do Paraná, na Universidade Federal do Paraná, na Faculdade de Belas Artes, no SESC e em outros institutos culturais. 
De 1999 a 2015, ministrou a oficina de Criação Literária no Solar do Rosário (Associação Cultural Solar do Rosário), fundado pela Dra. Regina Casillo. Atualmente ministra aulas particulares para interessados em escrever livros e realiza leitura crítica de originais. 
Em 2010 criou o Projeto Poetizar o Mundo para premiar talentos e organizar concursos literários.
Isabel também atua na blogosfera: em 2008 iniciou o blog “Literatura de Isabel Furini”, e algum tempo depois criou os blogues “Contos e Poemas”, “Poetizar o Mundo”, “Livros e Dicas para escritores”, entre outros.
De 2014 à 2016, assinou a coluna “Entre Livros e Autores” do jornal digital Paraná Imprensa, criado pelo jornalista Willy Schumann.
Coeditora da Revista Carlos Zemek de Arte e Cultura. 
Membro titular da Academia de Letras do Brasil/ Paraná (desde 2016).
Fundou a Academia Virtual Internacional de Poesia, Arte e Filosofia (AVIPAF), junto com Carlos Zemek, sendo a primeira presidente.
Trabalhos publicados em revistas e jornais do Brasil e Portugal. Em blogs e sites do Brasil e Espanha.
OFICINAS E PALESTRAS: 
Produção de Livros Infantis no Programa Mutirão Cultural da Fundação Cultural de Curitiba, em várias Regionais (Portão, Vila Hauer, Pinheirinho e outras), em 2004. Palestrante no 1º Salão Nacional de Poesia de Campo Largo, PR, dissertou sobre poesia para adultos e para crianças. Em 2005, no  2º Encontro Interestadual  Pós-Bagozzi, em Curitiba, PR, orientou a oficina Filosofia com Crianças. Em 2008, ministrou em Curitiba a palestra  “Como Escrever Livros” no Centro Filosófico Delfos, e em 2010, na Livraria FNAC do Barigui; Ministrou palestras sobre arte de escrever nas Livrarias Curitiba em 2010, 2011, 2012 e 2013; Em 2014 palestrou no Auditório da Casa da Cultura de Campo Largo sobre técnicas para escrever livros, evento organizado pelo Centro de Letras em parceria com o Departamento de Cultura do município; No mesmo ano também ministrou a palestra “Redação para vestibular” no Solar do Rosário.
PARTICIPAÇÕES COMO JURADA DE CONCURSOS DE LITERATURA
Organizadora do Concurso de Poesias do Centro Filosófico Delfos, Curitiba/PR (2005). Integrante da comissão julgadora no concurso de Contos do Solar do Rosário, Curitiba/PR (2010); concurso digital de poesias Talentos, São Paulo/SP (2009) e na avaliação dos trabalhos do concurso de Periodismo Limaclara, da Limaclara Ediciones, em Buenos Aires, Argentina (2012). 
PUBLICAÇÕES
LIVROS DE POESIA:
O homem e Deus  - Curitiba, 1983.
Os Corvos de Van Gogh – poemas, Editora Instituto Memória, Curitiba, 2012.
,,, e outros silêncios – poemas, Editora Virtual Books, 2012.
Os Corvos de Van Gogh – poemas, Editora Virtual Books, 2013.
A Barca de Rá – Poemas – e-book 
(disponibilizado gratuitamente na Revista Carlos Zemek de Arte e Cultura).
Flores e Quimeras – Poemas - e-book 
(disponibilizado gratuitamente na Revista Carlos Zemek de Arte e Cultura).
Os Relógios de Dalí – Poemas - Livro artesanal, Curitiba, 2017.
LIVROS DA ÁREA DE COMUNICAÇÃO:
Vença a Timidez (Editora Record - Rio de Janeiro), 1991
Práticas de Oratória (Editora Ibrasa -São Paulo), 1992.
Liderança com Sucesso (Editora Ibrasa- São Paulo, 1993.
Otimismo em Ação (Editora Ibrasa -São Paulo), 1995.
Arte de Falar em Público (Editora Ibrasa- São Paulo), 1999.
Oratória Forense (Editora Instituto Memória – Curitiba), 2011.
LIVROS DA ÁREA DE CRIAÇÃO LITERÁRIA:
O Livro do Escritor. Curitiba: Instituto Memória, 2009, 
Eu quero ser escritor – a crônica, Curitiba: Instituto Memória, março de 2012.
LIVROS INFANTIS
Prego Nélio. Curitiba: Editora Araucária Cultural, 1988.
Joana, a Coruja Filósofa. Florianópolis: Editora Sophos, 2005.
Coleção Corujinha e os Filósofos – 6 volumes. Curitiba:  Editora Bolsa Nacional do Livro, 2006 - 2º Ed.2012.
O Grande poeta. São Paulo: Editora Matrix, 2012.
Piringuindim, o gnomo brincalhão. Curitiba: Nogue editora, 2018.
ORGANIZAÇÃO DE ANTOLOGIAS
Passageiros do espelho. Contos. Editora Íthala, Curitiba,  2010.
Natal, viagens e fantasias. Contos. Editora Virtual Books, Minas Gerais, 2012.
Garotas, amores e fantasias. Contos. Editora Instituto Memória, Curitiba, 2014.
Anjos e Arcanjos. Poemas. Publicação artesanal – Curitiba, 2014.
Sentimentos. Poemas. Publicação artesanal e e-book. Curitiba, 2016.
HONRARIAS
- Votos de Louvor da Câmara Municipal de Curitiba, pelo lançamento do livro Vença a Timidez, em 1992  (livro prefaciado pela poetisa Helena Kolody). 
- Comenda Ordem de Figueiró pela Academia Virtual de Letras, Artes e Cultura do Brasil, em 2015;
- Embaixadora da Palavra pela Fundação Cesar Egido Serrano (Espanha), em 2015 e 2017;
- Medalha Mulheres das Letras – Prêmio editora Litere-se, em 2019.
PRÊMIOS
Prêmios recebidos em concursos literários de contos e poesias em São José dos Pinhais/ PR - 2002, Roque Gonzáles/RS, - 2005. Espanha – 2009.. Academia de Letras Itapemense, SC, - 2010. Universidade Federal Fluminense, - 2011. Academia de Letras de Ponte Nova/MG – 2013. Academia Campolarguense de Poesia – 2013. Conselho Internacional dos Acadêmicos de Ciências, Letras e Artes, Coimbra/Portugal – 2015. Concurso UniJore em Maringá/PR, - 2019. Academia de Letras Artes e Ciências do Centro-Sul do PR de Irati,PR. Concurso da Academia de Letras e Artes Paranapuã/RJ, - 2020. Taba Cultural, RJ, - 2021, entre outros.


sexta-feira, 29 de setembro de 2023

LACUNA - POETISA DE IPUPIARA, BAHIA

 


LACUNA
Glória Guedes Di Paizzin

Essa lacuna abismal.
Esse vazio, essa incompletude.
Talvez seja o que impulsiona e nos faz sair, refletir, buscar atitude.
Fontes primais concretas, coisas arraigadas no inconsciente.
Por costumes,  hábitos ou religião nunca se sabe!
Mas que dominam  a gente.
Racional e real ou não?
Dúvida cruel!
Essas máscaras, esse breu, esse véu.


AH! QUEM DERA!

 


                        (FOTO DO SITE DA ACADEMIA DE LETRAS DO BRASIL)


AH!  QUEM DERA!

Maria Luiza Bonini



Ah, quem dera!

Que o desabrochar das lindas flores

Alentasse, do homem, as suas dores

Ao chegar da primavera


Ah, quem dera!

Que o seu aroma purificasse a Terra

Trazendo a paz e o fim das guerras

Ao chegar da primavera


Ah, quem dera!

Que o belo chilrear dos pássaros

Viessem estreitar, dos povos, os laços

Ao chegar da primavera


Ah, quem dera!

Que as borboletas retornassem aos jardins

A nos dizer que seu extermínio chegou ao fim

Ao chegar da primavera


Ah, quem dera!

Que os dias claros se perpetuassem

Para que toda escuridão se dissipasse

E sempre fosse primavera...


(FONTE AVBAP)


 

PLANETA VERDADE

 


PLANETA VERDADE ( O DESABAFO DO POETA)
Joaquim Rodrigues de Novais     


Oh! Meu planeta verde o que que há com o clima
em alguns lugares chove demais e em outros é
sol e calor. 
Lembro-me dos tempos quentes, como dizia o vovô 
jogue água na cama e chute o cobertor.
O planeta está ferido, o mundo poluído, Deus  tem nos protegido dos raios ultravioletas 
por que  o véu se rasgou, 
o buraco só aumentou, 
ninguém mais aguenta o que homem provocou 
e o que mandou para cima para baixo voltou.
A floresta amazônica é de todos quando querem pesquisar, depois se esquecem das promessas 
que fizeram  para nos ajudar. 
E ainda querem pôr suas ordens para não desmatar. Quem não ajuda não deve pesquisar, mas para isso é preciso de leis que defendam a União e tudo aquilo que pertence a essa grande nação. 

Ipupiara, setembro de 2023.


INCONSTÂNCIA DOS BENS DO MUNDO


 


INCONSTÂNCIA DOS BENS DO MUNDO

Gregório de Matos



Nasce o Sol, e não dura mais que um dia,

Depois da Luz se segue a noite escura,

Em tristes sombras morre a formosura,

Em contínuas tristezas a alegria.


Porém, se acaba o Sol, por que nascia?

Se é tão formosa a Luz, por que não dura?

Como a beleza assim se transfigura?

Como o gosto da pena assim se fia?


Mas no Sol, e na Luz falte a firmeza,

Na formosura não se dê constância,

E na alegria sinta-se tristeza.


Começa o mundo enfim pela ignorância,

E tem qualquer dos bens por natureza

A firmeza somente na inconstância.


A LENDA DO IPUPIARA

 



A LENDA DO IPUPIARA

Filemon Martins



A lenda do monstro marinho, conhecido como Ipupiara ou ainda Hypupiara, percorreu o mundo no século XVI. Habitava as profundezas das águas e assombrava, inicialmente, os indígenas do litoral brasileiro, passando depois a atormentar pescadores e marinheiros.

Há relatos sobre esse monstro horripilante e asqueroso do cronista português, Pero de Magalhães Gandavo, na Vila de São Vicente, SP, a primeira Vila do Brasil, dessa forma: ¨sendo já alta a noite, acertou de sair fora de casa uma Índia escrava do capitão e lançando os olhos a uma várzea pegada ao mar, viu andar nela um monstro, movendo-se com passos e meneios desusados, e dando alguns urros tão feios que lhe parecia uma visão diabólica... andava ali uma coisa tão feia, que não podia ser senão o demônio. Chamado o capitão Baltasar Ferreira que, ao ver o monstro, enfrentou-o e o abateu a golpes de espada¨. O cronista português descreveu o monstro como tendo ¨quinze palmos de cumprido e era semeado de cabelos pelo corpo e no focinho tinha umas sedas mui grandes como bigodes¨. 

O jesuíta Fernão Cardim e o padre José de Anchieta fizeram referência a esses monstros e, segundo eles, o Ipupiara, era um ser ¨bestial, faminto, repugnante, de ferocidade primitiva e brutal¨. Anchieta escreveu:¨Também há outro (demônio), nos rios, aos quais chamam Ipupiara, isto é, moradores da água, os quais igualmente matam os índios¨. Arrola o Ipupiara como uma das figuras do Demônio que afligiam os índios, ao lado do Curupira e do Boitatá. 

A lenda do Ipupiara é tão forte e viva em São Vicente, que construíram um monumento em sua homenagem na Praça 22 de janeiro. Quando morei em Itanhaém, tive oportunidade de conhecer a estátua e a Praia da Biquinha, onde dizem os moradores houve a última aparição do ser monstruoso em dezembro de 1975, quando um jovem surfista de 17 anos afirmou ter sido atacado por um monstro numa noite quente de verão ao se refrescar no mar na praia da Biquinha. Essa estátua, infelizmente, pegou fogo e foi destruída em 2016. A obra, de autoria de Daniel Gonzalez, artista plástico falecido em setembro de 2011, foi inaugurada em 22 de janeiro de 1999. Filho do ator Serafim Gonzalez, o escultor é autor de outras obras de destaque na Baixada Santista, como a do Praiamar Shopping e O Surfista, no José Menino. Mencione-se também que o ator Serafim Gonzalez era escultor e autor do monumento Mulheres de Areia, em Itanhaém.

O sociólogo Gilberto Freyre, em sua obra Assombrações do Recife Velho, Rio de Janeiro, (2000) escreveu sobre a lenda: ¨Mais danados que todos, os hipupiaras eram homens marinhos que espalhavam o terror pelas praias. Os hipupiaras não comiam da pessoa que pegavam a carne toda, mas apenas uma parte ou outra. O bastante, entretanto, para deixar a vítima um mulambo. Comiam-lhe os olhos, narizes, e pontas dos dedos dos pés e mãos, e as genitálias. O resto deixavam que apodrecesse pelas praias¨.

Sérgio Buarque de Holanda também escreveu: ¨A fantástica ipupiara, com seu jeito particular de matar os homens, que é beijá-los e abraçá-los fortemente até fazê-los em pedaços, ficando ela inteira, e como os sente mortos, põe-se a chorar (sem que isso a impeça de devorar-lhes as partes do corpo que julga mais delicadas¨).

No caso de São Vicente, hoje, admite-se que é provável que tenha sido um grande leão-marinho, animal pouco conhecido e assustador para os caiçaras que habitavam o litoral paulista.  

Um fato curioso, contudo, me intriga: nasci numa cidade do interior da Bahia, que se chamava inicialmente Campos Belos (1842), Fundão de Brotas (1865), Fortaleza de São João (1906), Jordão de Brotas (1911), Vanique (1935) e a partir de 1936, Ipupiara, com o Decreto-lei estadual nº 141, de 1943, confirmado depois pelo Decreto estadual nº 12.978, de 1944. Nasci, portanto, na cidade de Ipupiara, região da Chapada Diamantina. Quando aqui aportei, tomei conhecimento da fascinante lenda que correu o mundo.



(LIVRO CAMINHOS DO JORDÃO DA BAHIA-RG EDITORES-SP-2022)

SE O MUNDO...

 



SE O MUNDO...

Elenaide Melhado Martinez (São Paulo-SP)



Se o mundo fosse feito de ventura,

se nunca houvesse alguém triste a sofrer,

se não houvesse gotas de amargura,

se a vida fosse eterno amanhecer.


Se nunca alguém chorasse a desventura,

se tudo fosse fácil se obter,

se o mundo fosse cheio de ternura,

se fosse um mar de rosas o viver.


Não haveria lutas, nem vitórias

e muito menos haveriam glórias

ou recompensas por alguém lutar.


A vida perderia o encantamento

se deixasse de haver o sofrimento

e o prazer de sorrir, após chorar.


(Do Boletim de Intercâmbio Cultural PERFIL, página 1, da Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, Anápolis - Goiás)


SER FELIZ

 


SER FELIZ
        Elenaide Melhado Martinez             
       
Ser feliz,
é caminhar
por sobre os sonhos,
tomar rumos ignorados,
desaparecer
como a chuva,
correr
como o vento,
voar
como as nuvens,
viver
na esperança...
sonhar
que o impossível
tornou-se real.

(Do livro CANÇÕES DE ESPERANÇA, página 33)


CADEIRA Nº 08 - MEMBRO TITULAR - RENATO BENVINDO FRATA

 



Cadeira nº 08 - Membro Titular - Renato Benvindo Frata

Patrono: Augusto dos Anjos


Nasceu em 29 de setembro de 1946, em Bauru/SP, filho de Rodolpho Frata e Carmem Helena Bandeira Frata.

Residiu em Bandeirantes/PR, São Bernardo do Campo/SP, tendo se radicado definitivamente em Paranavaí/PR.

Fez os cursos: primário e o ginasial em Bandeirantes/PR, Contabilidade em Paranavaí/PR e São Bernardo do Campo/SP a título de segundo Grau, História em Mandaguari/PR, Ciências Contábeis em Curitiba/PR e Direito em Paranavaí/PR. Possui cursos de especialização e mestrado.

Além de atuar como contador até 1998, laborou como professor da rede pública na cadeira de História, de 1968 a 1970, atuou na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Paranavaí, (hoje Unespar), na área contábil, de 1970 a 2005, e na Unipar Paranavaí, na área de Direito do Trabalho, de 1999 a 2005, quando se aposentou do magistério. Atua ainda, na área de Direito.

É membro fundador da Academia de Letras e Artes de Paranavaí, em 2007, tendo sido seu primeiro presidente com mandato de quatro anos. Em 2011 recebeu o título de Presidente de Honra da Academia e atualmente exerce pela segunda vez a presidência da entidade, com mandato até novembro de 2023.

É membro correspondente da Academia de Letras de Maringá.

Seus trabalhos literários são editados pelo Diário do Noroeste, de Paranavaí e pelos blogs:  Taturana e Cafécomkibe, além de compartilhá-los pela rede social.

Tem participado de concursos literários, com alguns prêmios recebidos.

Livros:

- A Pá de Polenta (conto infanto-juvenil),

– O Sapo Chorão (infantil),

– O Cavalariço e a Rainha Roxa (contos e crônicas) – premiado no Concurso UBT, RJ,

– Reflexão dos Cinquenta (conto),

– Quarto de Solteiro (crônicas),

– O Gato Tiziu (Infantil) em parceria com seu neto Alexandre Luís Frata Selani,

– Coleção Alegria (Infantil – composta de 6 contos),

– A Barata Serafina – Fazendo Amigos (infantil),

– O Passeio de Dona Serafina (infantil),

– Azarinho e o Caga-fogo (contos e crônicas),

– Ipê Amarelo (contos e crônicas),

– 200 Microcontos e mais alguns - (microcontos de até 150 caracteres),

– 308 Nanocontos (Nanos com até 100 caracteres),

– Rosso Saladete, o Intrépido Tomate (infanto-juvenil),

– Fragmentos (102 crônicas e seus excertos).

No prelo: 

O livro infantil “A Barata Serafina e o Besouro Pimpão” e uma centena de contos e crônicas, em revisão.

quinta-feira, 28 de setembro de 2023

GALEÃO DA AREIA

 

                                        (FOTO DA INTERNET - CUBATÃO)

GALEÃO DA AREIA

José Alberto Lopes


Do que valem teus mastaréus e gurupés,

as velas redondas e as velas bastardas

se ao tocares a praia lá te fundeaste!


Do que valem tuas gáveas,

se é lá do mar que se diz: terra à vista 

e tua  perfeita quilha nunca sentiu a fúria

e o enlevo das marés!


Nunca bordejaste e nunca foste adriçado!

Nada sabes do amargo das tormentas,

nem tampouco do doce de uma brisa.


Para que servem tuas amarras

se a procela que lá se levanta

não tocará sequer um palmo do teu velame!


Do que valem teus remos sobre o convés

se a calmaria da areia não os importuna

e assim agonizam ociosos e já outoniços!


Mesmo pois, observa a viração noturna

a esquadrinhar teu casco seminu

e um farol em idílios a chamar por ti.



SOBRE O AUTOR

Paulista de Cubatão, José Alberto Lopes nasceu em 05 de fevereiro de 1951. Foi despertado para as coisas da literatura ainda bem cedo. Seus primeiros contatos foram através das  HQs (Histórias em Quadrinhos) que eram publicadas no jornal (A Tribuna de Santos) que seu pai tinha em mãos religiosamente todos os domingos.

Passou a infância e a adolescência em sua cidade natal. Localizada em área de flora exuberante, essa atmosfera proporcionou ao escritor escrever as suas primeiras poesias, ainda, na tenra idade. Percebeu com o tempo, que a região também era um campo minado de boas histórias, e passou também a escrever pequenos contos.

Autodidata, em certa ocasião conheceu de uma só vez, algumas obras de escritores como:  Sergio D. T. Macedo, Machado de Assis, Euclides da Cunha e Afonso Schmidt. Esse conjunto de renomados escritores, foi com certeza, a centelha definitiva, para que J.A.L. se firmasse, mesmo sendo um pequeno grão de areia, nesse oceano literário.

(EXTRAÍDO DO SITE RECANTO DAS LETRAS)

NOSSA ALMA

 


NOSSA ALMA

 Adélia Prado


Querendo ou não, iremos todos envelhecer.

As pernas irão pesar, a coluna doer,

o colesterol aumentar.  A imagem no

espelho irá se alterar gradativamente e

perderemos estatura, lábios e cabelos.


A boa notícia é que a alma pode permanecer

com o humor dos dez, o viço dos vinte e

o erotismo dos trinta anos.  O segredo

não é reformar por fora. 

É, acima de tudo, renovar a mobília

interior: tirar o pó, dar brilho, trocar

o estofado, abrir as janelas, arejar

o ambiente.  Porque o tempo,

invariavelmente, irá corroer o exterior.

E, quando ocorrer, o alicerce precisa

estar forte para suportar.


Erótica é a alma que se diverte, que se

perdoa, que ri de si mesma e faz as

pazes com sua história.  Que usa a

espontaneidade para ser sensual, que

se despe de preconceitos, intolerâncias,

desafetos.


Erótica é a alma que aceita a passagem

do tempo com leveza e conserva o bom

humor apesar dos vincos em torno dos 

olhos e o código de barras acima

dos lábios.


Erótica é a alma que não esconde seus

defeitos, que não se culpa pela

passagem do tempo.


Erótica é a alma que aceita suas dores,

atravessa seu deserto e ama sem pudores.


Aprenda: bisturi algum vai dar conta do

buraco de uma alma negligenciada

anos a fio.


SOBRE A AUTORA:

Adélia Prado nasceu  em Divinópolis, Minas Gerais (1935). Filha de João do Prado Filho e de Ana Clotilde Correa. Fez seus primeiros estudos no Grupo Escolar Padre Matias Lobato. Escritora e poetisa brasileira. Escreveu seus primeiros versos aos 15 anos de idade, após a morte de sua mãe. 

Fez Filosofia na Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Divinópolis.

Recebeu da Câmara Brasileira do Livro, o Prêmio Jabuti de Literatura, com o livro "Coração Disparado", escrito em 1978. Consagrou-se como a voz mais feminina da poesia brasileira

Sua estreia literária veio em 1975, quando remeteu os originais de seus poemas para o poeta e crítico literário Affonso Romano de Sant’Anna, que entregou a Carlos Drummond de Andrade para apreciação.

Impressionado com suas poesias, Drummond as enviou para a Editora Imago e no mesmo ano, os poemas de Adélia foram publicados no livro "Bagagem", lançado em 1976 no Rio de Janeiro com a presença de vários intelectuais, como Carlos Drummond de Andrade, Clarice Lispector, Affonso Romano de Santana, Nélida Piñon, entre outros. 



 

CADEIRA Nº 3 - MEMBRO TITULAR ANDRÉ RICARDO ROGÉRIO

 


 

Cadeira n. 3 – Membro Titular: André Ricardo Rogério

Patrono: Maurício Norberto Friedrich


Nasceu em 2 de fevereiro de 1998, na cidade de Guaraci/PR. Filho de Edson Rogério e Aparecida de Fátima Cardoso Rogério, um de três irmãos. Casado com Letícia Eduarda Ronca, com quem teve um filho. Exerce atualmente profissões na área da construção civil e mobiliário.

Foi integrante por cinco anos da Orquestra Filarmônica de Guaraci.

Lançou seu primeiro livro “Coletânea de Versos Poesias e Poemas da Família Rogério”, parceria com a família, no ano de 2011.

Em 2013, radicou-se em Arapongas, onde reside atualmente.

ATIVIDADE CULTURAL:

- Quando estudante, foi vencedor de Olimpíadas nacionais como OBAA (Olimpíada Brasileira de Astronomia e Astronáutica) e OBMEP (Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas).

- Premiado em concursos Literários nos âmbitos, estaduais, nacionais e internacionais.

– Fundador, diretor e ator do teatro musical "Raízes da África".

– Cooperador do Projeto Missão Esperança Orquídea - Paz, evidenciando o trabalho de "Calábria Mondo - Associazione Culturale Calabresi Nel Mondo".

– Tem seu nome eternizado como Magnífico no memorial da Accademia Bella Poesia Quantística – Crotone, Calábria - Itália.

– Membro fundador, diretor de Cultura Popular e Conselheiro Internacional do Movimento União Cultural – Núcleo de Maringá.

– Foi membro da UBT (União Brasileira de Trovadores) - seção Maringá. Delegado da UBT – seção Arapongas.

– Delegado Nacional da Organização Mundial dos Trovadores, em Arapongas.

– Coordenador do Concurso de Trovas Memorial Luiz Otávio – 1ª e 2ª Edições.

– Diretor de Projetos do Interact Club de Arapongas – 2014/2015.

– Presidente Fundador do Rotaract Club de Arapongas, 2015 – Distrito 4710.

OBRA:

- “Coletânea de Versos Poesias e Poemas da Família Rogério”, 2011.

PARTICIPAÇÕES:

– Antologia Encontro Literário "Cidade de Maringá" - 2012/2013,

– Antologia Minha Trova Favorita de 2014,

– Meus Irmãos, Os Trovadores de 2016, entre outras antologias tanto nacionais como internacionais.