quinta-feira, 28 de setembro de 2023

GALEÃO DA AREIA

 

                                        (FOTO DA INTERNET - CUBATÃO)

GALEÃO DA AREIA

José Alberto Lopes


Do que valem teus mastaréus e gurupés,

as velas redondas e as velas bastardas

se ao tocares a praia lá te fundeaste!


Do que valem tuas gáveas,

se é lá do mar que se diz: terra à vista 

e tua  perfeita quilha nunca sentiu a fúria

e o enlevo das marés!


Nunca bordejaste e nunca foste adriçado!

Nada sabes do amargo das tormentas,

nem tampouco do doce de uma brisa.


Para que servem tuas amarras

se a procela que lá se levanta

não tocará sequer um palmo do teu velame!


Do que valem teus remos sobre o convés

se a calmaria da areia não os importuna

e assim agonizam ociosos e já outoniços!


Mesmo pois, observa a viração noturna

a esquadrinhar teu casco seminu

e um farol em idílios a chamar por ti.



SOBRE O AUTOR

Paulista de Cubatão, José Alberto Lopes nasceu em 05 de fevereiro de 1951. Foi despertado para as coisas da literatura ainda bem cedo. Seus primeiros contatos foram através das  HQs (Histórias em Quadrinhos) que eram publicadas no jornal (A Tribuna de Santos) que seu pai tinha em mãos religiosamente todos os domingos.

Passou a infância e a adolescência em sua cidade natal. Localizada em área de flora exuberante, essa atmosfera proporcionou ao escritor escrever as suas primeiras poesias, ainda, na tenra idade. Percebeu com o tempo, que a região também era um campo minado de boas histórias, e passou também a escrever pequenos contos.

Autodidata, em certa ocasião conheceu de uma só vez, algumas obras de escritores como:  Sergio D. T. Macedo, Machado de Assis, Euclides da Cunha e Afonso Schmidt. Esse conjunto de renomados escritores, foi com certeza, a centelha definitiva, para que J.A.L. se firmasse, mesmo sendo um pequeno grão de areia, nesse oceano literário.

(EXTRAÍDO DO SITE RECANTO DAS LETRAS)

2 comentários:

  1. Caro amigo e escritor, Filemon. Alegrou-me ver este modesto poema em sua página de blog. E a alusão à serra do mar, Cubatão, trouxe-me lembranças de uma distante e feliz infância. Gratidão.

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  2. Caro poeta: O Blog Literário do Filemon está à sua disposição. Obrigado pela presteza e colaboração.

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