SONETO 09
Constantino Gonçalves - Campos/RJ
Emergindo de lousa quieta e fria,
pairando na minha alma flagelada,
em angélico voo de harmonia,
a saudade é uma flor despetalada.
É uma escultura clássica e sombria
que mantém a minha alma atropelada.
É uma lembrança inquieta da porfia,
é uma dor, é uma vida embalsamada.
A saudade é uma chama adormecida
que está bem viva em nosso pensamento.
Ela é a cinza patética da vida,
é uma luz de alegria e de tormento,
é uma fonte de angústia indefinida,
é a essência vesperal do sentimento.
(FONTE ALMANAQUE CHUVA DE VERSOS Nº 399, JOSÉ FELDMAN)
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