quarta-feira, 9 de agosto de 2023

MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA - RELIGIÃO

 


MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA

RELIGIÃO

Saul Ribeiro dos Santos
📧saul.ribeiro1945@gmail.com   


Pode-se dizer com segurança que o povo da Chapada Diamantina é um povo religioso. Em todos os Municípios, principalmente nos chamados Municípios históricos, desta imensa região, temos a prova através dos templos construídos logo após a chegada dos primeiros moradores. Assim aconteceu em Minas do Rio de Contas, Mucugê, Andaraí, Piatã, Lençóis e nos demais Municípios desta região. Muitos templos foram ampliados posteriormente.          
Mas o que é religião? É a crença na existência de um Ser Superior, na força divina. É a manifestação da crença por meio de doutrina. Esta palavra vem do latim (religio) e significa religar, atar, unir. De modo comum pode-se definir religião como sendo um conjunto de relações teóricas e práticas entre os homens e uma divindade.    
“A religião é uma das mais antigas formas de manifestação do sentimento do homem. É a forma de acatar, atar, ligar para trás, interpretando-se assim a religião como laços que unem o homem à divindade”. (1) É respeitar ou reverenciar as coisas sagradas. Pelos templos, monumentos e costumes que podem ser vistos ou observados nas cidades da Chapada Diamantina percebe-se que a religião de conotação cristã está presente e vai ao coração das pessoas.          Nos Municípios desta vasta região estão presentes várias igrejas cristãs. Todas fazem parte da história do Município onde estão localizadas. Conforme orienta a Bíblia, “Igreja cristã”, é a comunidade ou o conjunto dos fiéis ligados pela mesma fé, que reconhece Jesus Cristo como único Senhor e Supremo Legislador. (2) São instituições religiosas compostas de pessoas que têm o objetivo de transmitir a mensagem que foi determinada por Jesus – que é o fundador e Senhor da Igreja Cristã. A Bíblia é o manual de conduta dos cristãos e está disponível para todos nas livrarias e nas igrejas.     
Os teólogos afirmam que a Igreja Cristã possui dois aspectos. Um é o aspecto espiritual e invisível, a elevação dos homens para a participação diária da vida divina; assim participam do corpo de Cristo. O outro é o aspecto visível e institucional, onde aparecem os sacramentos (ritos religiosos) como Santa Ceia, batismo, assistência social, etc. Esses dois aspectos não podem estar separados na noção de igreja cristã.           
A igreja mais antiga e com o maior número de seguidores nesta região é a Igreja Católica Romana, cuja implantação na então Lavras Diamantinas se deu na mesma época em que chegaram os primeiros portugueses interessados em explorar e morar nesta boa terra. A história registra a chegada e adoração dos primeiros católicos no Brasil. “A presença do catolicismo no território brasileiro, data da chegada dos europeus tendo como marco inicial a missa rezada por frei Henrique de Coimbra, padre franciscano membro da frota de Cabral” (3) que em 1500 desembarcou no litoral da Bahia. Ao longo dos anos foram descobrindo outros locais importantes e construindo novos templos.      
Em nosso país, a Igreja Católica foi, durante quase quatro séculos, a igreja oficial e única a exercer as funções religiosas no tempo do Brasil-colônia e durante o governo imperial, até 1889. Recebia o apoio do rei de Portugal e posteriormente do imperador do Brasil. A lei daquele tempo não permitia a existência de outras igrejas cristãs no Brasil.       
É importante destacar que em 24 de fevereiro de 1891 foi promulgada a 1ª. Constituição da República do Brasil. A nova Constituição estabeleceu separação entre Igreja e Estado. O Brasil tornou-se um Estado laico. Esse termo teve origem na França, no século XVIII, para exprimir ou manifestar o princípio da separação das sociedades civil e religiosa, em que a Igreja deixa de exercer qualquer papel político oficial e ao mesmo tempo o Estado não se intromete nos assuntos da Igreja. (4)        
A partir da promulgação da 1ª Constituição Republicana o Brasil abriu espaço para outras igrejas exercerem o direito de liberdade religiosa. Tudo foi começando devagar e sendo confirmado pelas Cartas Magnas que vieram depois.       
O  Art. 19  da Constituição Federal do Brasil, de 1988, em vigor, dispõe o seguinte: 
É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: 
I – Estabelecer cultos religiosos, ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;
II – Recusar fé aos documentos públicos;
III – Criar distinções entre brasileiros ou preferências entre si.       
Portanto, vale registrar que outras igrejas cristãs, de confissão evangélica, estão presentes nesta região, gozando de bom conceito perante a população. São igrejas que possuem templo próprio e há vários anos fixaram raízes nesta importante parte do Brasil. Cuidam da parte espiritual pela pregação do evangelho, sem descuidar da assistência social, educacional, filantrópica, etc. Na parte referente a cada Município serão mencionados, tão somente, os nomes de seis denominações evangélicas.   
Para finalizar é necessário informar que outras igrejas evangélicas, com denominações diferentes, estão presentes nesta importante parte do Brasil, onde realizam seus cultos. Existem também outras instituições e agremiações religiosas que confessam outras crenças.  
  ____________   


Este texto é parte integrante do esboço do livro Chapada Diamantina, em elaboração.

  (1)   Enciclopédia Barsa, vol. 13, pág. 255. Encyclopaedia Britânica Consult. Editorial Ltda. 1995.
  (2)     Orlando S. Boyer, pesquisador e escritor de assuntos bíblicos, em seu excelente livro: Pequena Enciclopédia Bíblica, pág. 319 – Editora Vida, 29ª. impressão, ano 2000.
  (3)     Antonio Paulo Benatte e José Adilçom Campigoto, através do livro: Religião & Cultura, página 75 – Editora Unicentro, 2013 – Guarapuava, PR.
  (4)     Enciclopédia Universo, vol. VI página 3.023, Editora Delta e Editora Três, Rio de Janeiro – 1973. 


SOBRE O AUTOR:
SAUL RIBEIRO DOS SANTOS nasceu na Lagoa do Barro, Ipupiara, Bahia. Filho de Nisan Ribeiro dos Santos e Carolina Pereira de Novais. É casado com a Drª Agripina Alves Ribeiro, com quem tem os filhos Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos Santos e Arão Wagner Ribeiro. Formado em Economia, Adm. de Empresas e em Ciências Contábeis pela Unigranrio, Rio de Janeiro. Trabalhou durante vinte anos num grande banco comercial.
Sempre gostou de escrever. Apaixonado por assuntos das  Regiões da Chapada Diamantina e do Médio Vale do São Francisco. Gosta e costuma conversar com pessoas idosas com o objetivo de aprender e conhecer melhor a história regional.
Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado em 2013 pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.


Nenhum comentário:

Postar um comentário