MORRER CANTANDO
Miguel J. Malty
Ouço as cigarras nesta tarde quente
do dia em despedida, com seus cantos,
embalsamando o ar languidamente
de nostálgicos sons, como de pranto.
E cantam despreocupadamente
com seus sonidos, repetidos, tantos
que me fazem pensar estranhamente,
se sabem da magia dos encantos...
A vida finda como finda o dia!
Também cantei e canto com alegria:
não quero ver que meus amigos chorem...
Um dia, o grande dia, um dia finda.
A cantar quero estar, desperto ainda,
para morrer como as cigarras morrem.
(ESTRO NÚMEROº116, BRASÍLIA, DF - 2007)
.jpg)
Nenhum comentário:
Postar um comentário