segunda-feira, 31 de julho de 2023

FILOSOFIA MAÇÔNICA

 



FILOSOFIA MAÇÔNICA

Mário Ribeiro Martins (07/08/1943 - 18/03/2016)



Evidentemente, a maçonaria não é uma instituição estática, mas dinâmica. Isto significa que certos conceitos são mudados para satisfazer as contingências dos séculos.

Contudo, ela tem os seus “LANDMARKS” ou “ANTIGOS LINDEIROS”, que são considerados absolutamente básicos para toda a maçonaria.

Além disto, há a Constituição de Anderson, elaborada pelo Pastor Protestante James Anderson, Ministro da Igreja Presbiteriana de Londres, em 1717 e que é considerado até mesmo pelos inimigos da Ordem e não somente por eles, mas por todos os maçons, como o Profeta da Maçonaria.

Embora existam outros documentos de grande importância, estes dois são os textos fundamentais da Maçonaria Universal. É com base em tais documentos que cada Potência Maçônica tem a sua Constituição e cada Loja o seu regulamento.

O que pensa a Maçonaria Nacional é sempre de grande significação. Ninguém pode, como individuo, estabelecer este ou aquele pensamento e atribuí-lo à Sublime Ordem. No entanto, pelos documentos que se tem em mãos, é possível perceber o pensamento da maçonaria brasileira nos seguintes pontos:

Tanto a Maçonaria quanto o Cristianismo combatem não apenas o Comunismo, mas também o capitalismo. O equilíbrio entre estes dois sistemas econômicos está nas doutrinas maçônica e cristã, que defendem o que é justo.

Enquanto Capitalismo e Comunismo são a negação do amor, Maçonaria e Cristianismo são a mais alta expressão do sentimento de solidariedade humana pela liberdade, igualdade e fraternidade.

Se, de um lado, o Comunismo explora o homem, também o Capitalismo comete injustiças. Se no Comunismo é difícil ver o dinheiro, no Capitalismo prende-se o dinheiro que deveria ser utilizado para o bem comum. O cristianismo e maçonismo reprimem a injustiça e ensinam o amor ao próximo.

Maçonismo não é comunismo. Os inimigos da Ordem têm criado, em torno dela, os mais aberrantes conceitos. O Comunismo é uma ditadura política, que nega a importância do homem, transformando-o em escravo da máquina estatal.

Contudo, não se pode negar que tanto o maçonismo como o comunismo fazem guerra contra a exploração do homem. Só que os meios são por demais divergentes.

Enquanto o Comunismo se vale do “direito da força”, a Maçonaria se vale da “força do direito”. No maçonismo, o homem tem de se curvar diante do Arquiteto dos Mundos, que é Deus, para vencer as lutas diárias.

Para a Maçonaria, o homem é um ser que pensa e que tem o direito de externar os seus pensamentos. Para o Comunismo, o homem transformado em máquina, não tem o direito de pensar, pois quem pensa é o Estado.

Em virtude de ser a Maçonaria uma organização de caráter universal, há sempre aqueles que encontram na Sublime Instituição um caráter desnacionalizador.

A maçonaria, no entanto, é nacionalista. O primeiro dever do maçom é a fidelidade à pátria. O caráter universal que tem a Ordem não destrói o patriotismo.

A maçonaria é nacionalista e contribui, de todos os modos, para criar condições favoráveis ao desenvolvimento da nação. O nacionalismo da instituição é acentuado de várias maneiras, entre as quais, a importância dada ao Pavilhão Nacional, o número de colégios e escolas mantidos, além da proibição de trocar frases, amistosas ou não, em língua estrangeira, fora de ordem e sem que haja interprete.

A maçonaria tem lutado com todas as forças para concretizar o ideal da liberdade religiosa. Conseguiu impor este principio, no Brasil, quando do movimento republicano de 1889, em que um dos primeiros passos foi a separação entre a Igreja e o Estado, com a consequente liberdade de consciência.

A Sublime Ordem tem sido protetora e defensora do ideal religioso, da liberdade de culto, de crença, de consciência e de pensamento do individuo.

Ensina a Maçonaria que o Estado não deve ter Religião Oficial, mas deve amparar todo e qualquer sistema religioso. 


(Texto publicado no livro ESCRITORES DO BRASIL. Rio de Janeiro, Arte Moderna, 1980, I volume, p. 307).






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