VELHO CHICO
Filemon Martins
Desde menino, em Morpará,
aprendi com o Sertanejo
que o Velho Chico
nasce na Serra da Canastra,
em Minas Gerais.
Aprendi também que o nosso rio
era conhecido como o “Nilo
Brasileiro”,
ou ainda “Opará” pelos indígenas.
Com mais de 2800 km de extensão
percorre Minas, Bahia,
Pernambuco, Sergipe e Alagoas, desembocando no Oceano Atlântico.
Hoje, assoreado, poluído e
maltratado,
precisa de revitalização.
Suas matas ciliares foram,
aos poucos, destruídas, em nome
do progresso.
Mas, agem ao contrário,
querem mudar seu curso.
Querem mudar seu destino.
Dizem, cinicamente, que trará
benefícios,
mas não informam aos bolsos de
quem.
Ah, São Francisco de Assis,
se o Velho Chico falasse,
certamente ele diria:
- Quero correr entre as árvores,
frutificando pomares, perfumando
jardins,
irrigando aquelas terras do já
tão seco Sertão.
Quero seguir meu curso
como quis meu Criador,
alimentando pescadores,
pobres e esquecidos
que vivem perto de mim.
Quero que todos saibam,
estou morrendo de dor!

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