RELATOS DE UMA VIAGEM - 1ª PARTE

 

RELATOS DE UMA VIAGEM (Parte 1)

 

Alguém já falou que uma viagem pode ser comparada a um curso prático. Quem faz uma viagem pode colher e acumular conhecimentos e experiências que lhes serão úteis por toda vida. Saiba que uma viagem oferece muitas oportunidades.

 

Normalmente uma viagem traz alegrias, cria oportunidades para o viajante conhecer novas pessoas e estabelecer contatos de interesse mútuo. Entre 2016 e 2020, mas também em 2023 fiz várias viagens aos 35 Municípios da Chapada Diamantina. O objetivo das viagens era conseguir informações para futuras publicações. Fui algumas vezes a Salvador, a famosa capital do Estado da Bahia. Salvador foi a primeira capital do Brasil, a sede do Governo Geral.

No último mês de outubro eu estava em São Paulo e decidi fazer uma viagem aguardada e planejada há mais de 10 meses. No dia 15 daquele mês embarquei num avião da LATAM. O avião faria escala em diversas cidades do Nordeste, mas o primeiro pouso, seria na cidade de Vitória da Conquista. Foi um voo direto partindo do aeroporto de São Paulo/Guarulhos ao Aeroporto Glauber de Andrade Rocha. Desembarquei nesse aeroporto, peguei um táxi e fui para a rodoviária.

Em Vitória da Conquista passam quatro linhas de ônibus diariamente, indo para Brasília e Goiânia e no percurso passam em Bom Jesus da Lapa.  Fui ao guichê e perguntei: Qual o tempo de viagem até Bom Jesus da Lapa? A resposta foi: a viagem de ônibus de Vitória da Conquista até Bom Jesus da Lapa dura de 5 a 6 horas. Depositei a bagagem no Guarda-volumes e fui para o centro da cidade, onde conheço bem. Tirei algumas fotos, andei, fui ao banco e visitei algumas lojas. Por volta das 14 horas voltei para a rodoviária e aguardei o ônibus da Viação Novo Horizonte que me conduziria até Bom Jesus da Lapa, cidade ribeirinha localizada na margem direita do Rio São Francisco, antes do encontro das águas do Rio Corrente (que são águas escuras) com as do Rio São Francisco (que são águas barrentas amareladas). As águas não se misturam imediatamente, mas isso vai acontecer uns dois quilômetros depois.

A minha previsão era demorar uma semana em Bom Jesus da Lapa, mas foi necessário permanecer por mais tempo, exatos 19 dias. Conheço bem a cidade e o povo do lugar, pois morei lá por alguns anos. Meus pais e muitos familiares por lá moraram por muitos anos, até o final da vida. Alguns dos meus parentes continuam morando nessa importante cidade da Bahia.

Resolvi alguns casos pendentes, conversei com vários amigos de muitos anos. Tive oportunidade de conversar com meu amigo, o Sr. Ulisses, um dos engenheiros executores do Projeto Formoso de Irrigação. O Município de Bom Jesus da Lapa, nos dias de hoje, é o maior polo produtor de bananas do Brasil. Todas as noites, entre as 19 e 21 horas nos encontrávamos para trocar ideias. Ele é filho de libanês e costuma, em tom de brincadeira, dizer para todos: “aqui em Bom Jesus da Lapa é um lugar de paz. Aqui é onde árabe e judeu se encontram e conversam livres e pacificamente”. Ulisses está aposentado, mas continua na ativa. Atualmente é um grande empresário com fábrica de produtos de cerâmica para a construção civil.

Outro grande amigo que encontrei e mantenho contato é o Sr. Catarino. Ele foi, durante muitos anos, funcionário da Fundação SESP - Fundação de Serviços Especiais de Saúde Pública. Fui convidado e almocei na casa desse amigo, uma família maravilhosa. O Catarino está aposentado e tem 86 anos de idade, mas ainda trabalha na sua oficina de assistência técnica em serviços de eletrotécnica e consertando bombas de sucção dos agricultores no Projeto Formoso de Irrigação Agrícola. Esse projeto que já funciona há mais de 30 anos, possui lotes comerciais e familiares com grande produção de frutas e outros alimentos, mas o carro-chefe da produção é a de bananas. Muitas vezes por mês o Catarino é chamado para verificar e corrigir “in loco” problemas nas bombas de sucção. O Projeto Formoso de Irrigação é o grande polo produtor de bananas do Brasil. Em certos meses do ano mais de 50 caminhões carregados de banana deixam o Projeto e seguem em direção a outras partes do Brasil. Vão abastecer as CEASAS em vários Estados.

A fisionomia de cada pessoa muda com os anos, mas encontrei e reconheci muitos amigos e fui encontrado e reconhecido por muitos outros amigos de longas datas, como Pr. Laudelino - da primeira Igreja Batista, Diva Ribeiro, Bevenuto Ribeiro Sobrinho, Gideão – esposo da Janete, Pr. Isac Gomes – da 2.^a. Igreja Batista, Manoelzinho – proprietário do Hotel Grande Rio, Miss. Hernandes, Quezia Soares, Zita Mendonça, mototaxistas, e muitas outras pessoas.

Após 19 dias em Bom Jesus da Lapa, estiquei a viagem e fui para Ipupiara, a minha cidade natal, localizada na Chapada Diamantina. Tive uma grata surpresa, pois fui presenteado pela autora Maria de Jesus Olímpio, com um exemplar do livro “Nossas Raízes”. A partir do dia da minha chegada estive e conversei com muita gente. Fui acolhido e estive alojado na casa da minha prima Jovina Neta (bem conhecida como Neta do Correio); estive por duas vezes na loja da Nildonete, proprietária da Loja Requinte, que é um ponto de encontro com boa e longas conversas amistosas. Foi nessa loja que encontrei a minha prima Dalva Ferreira (filha do Aristides). Visitei e conversei com o presidente da Câmara Municipal de Vereadores. Conversei com muitos parentes e amigos. Ipupiara cresceu e está uma cidade grande. Ao mesmo tempo que é uma grande cidade, tem um comércio bem movimentado. Percebi que há oportunidade de trabalho para dois pontos de mototáxi com boa divulgação, tendo em vista interligar bairros ao centro e vice-versa.

 

Saul Ribeiro dos Santos

Contador e economista aposentado.

Natural de Ipupiara - BA.

📧 saul.ribeiro1945@gmail.com