RETRATO DO CORONELISMO
EM SUA NOVA OBRA.
Lenna Borges*
O escritor Mário Ribeiro Martins apresenta para os tocantinenses sua mais recente obra “CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS” (Goiânia, Kelps, 2004), que já se encontra disponível nas livrarias locais.
O livro é um resgate histórico dos coronéis da região da Chapada Diamantina, Bahia, onde Mário Martins homenageia a sua terra natal que hoje tem o nome de Ipupiara (antigo Fundão ou Jordão de Brotas), e também seus bisavós, antigos Coronéis da Guarda Nacional, entre os quais, o Coronel Isidório Ribeiro dos Santos, que foi Comandante do 298º Batalhão de Infantaria da Guarda Nacional, sediado na Chapada Velha, Bahia, entre os anos de 1918 a 1930.
O livro foi lançado no dia 17.07.2004, em Lençóis, na Bahia, terra natal do Coronel Horácio de Matos*, um dos nomes mencionados no texto.
Outro nome citado é o do Coronel Militão Rodrigues Coelho, de Barra do Mendes, do Coronel Franklin de Albuquerque, de Pilão Arcado e do Coronel Abílio Wolney, de Dianópolis.
O autor trata também de outras figuras, entre as quais, o Juiz Guerreiro, de Porto Nacional, Feliciano Machado Braga que, depois de ter sido removido para a Terceira Vara Cível de Anápolis, em 1961, passou a ser conhecido como o “Juiz que andava com o Mapa do Futuro Estado do Tocantins debaixo do braço”.
Em 1968, pediu remoção para Goiânia como Juiz de uma das Varas Cíveis. Em 1969, envolveu-se numa briga com um dos vizinhos, tendo ficado em PRISÃO DOMICILIAR, decretada pelo próprio Tribunal de Justiça, conforme matéria publicada pelo jornal O POPULAR. Desgostoso com os seus pares no Judiciário, adoeceu gravemente, terminando por falecer em 01.05.1972, em Goiânia, quando tinha 58 anos de idade, sendo ali enterrado.
Mário focaliza ainda Antônio de Siqueira Campos, um dos sobreviventes dos “18 DO FORTE”, de Copacabana e que estivera no Tocantins, em 12 de outubro de 1925, como Comandante da Coluna Prestes, ficando hospedado no Convento Dominicano de Porto Nacional, onde foi recebido pelo Frei José Maria Audrin, conforme seu livro "ENTRE SERTANEJOS E INDIOS DO NORTE" (Rio de Janeiro, Agir, 1946).
Outra personalidade citada por Mário Ribeiro Martins é José Wilson Siqueira Campos, como o grande Comandante da instalação, progresso e desenvolvimento do Estado do Tocantins.
Consta também do livro, o seu Discurso de Posse na Academia Tocantinense de Letras (ATL), bem como aspectos de sua atividade como escritor, Procurador de Justiça e Conferencista.
Para Mário, a obra é a realização de um sonho há tempos acalentado, pois desde 1972, quando lançou sua primeira obra (CORRENTES IMIGRATÓRIAS DO BRASIL, Recife, Acácia Publicações, 1972) que desejava escrever sobre as disputas de poder entre os Coronéis na antiga FUNDÃO DE BROTAS, hoje Ipupiara.
O autor frisa que é preciso relembrar alguns aspectos geográficos da velha cidade baiana, sua terra natal, que está situada na Chapada Diamantina Meridional e que tem, atualmente, 31 Municípios, mas que no ano de 1917, já pertenceu à Chapada Diamantina Setentrional que tem hoje 13 Municípios.
Ipupiara, antes de sua independência política, em 1958, teve vários nomes: Em 1842, foi chamada de Campos Belos. Em 1865, era Fundão de Brotas. Em 1906, Fortaleza de São João. Em 1911, passou a se chamar Jordão de Brotas. Em 1935, foi denominada Vanique. Em 1936, tornou-se definitivamente Ipupiara.
O ESCRITOR:
Mário Ribeiro Martins é escritor e Procurador de Justiça. Membro das academias Goiana, Carioca, Pernambucana e Evangélica de Letras.
Nasceu em Ipupiara, Bahia, em 07.08.1943. Filho de Adão Francisco Martins e Francolina Ribeiro Martins. Ocupa a Cadeira 37, da Academia Goiana de Letras (AGL), tendo como Patrono o baiano Crispiniano Tavares e a Cadeira 37, da Academia Tocantinense de Letras (ATL), tendo como Patrono o francês Frei José Maria Audrin.
Está vinculado a instituições internacionais, como a International Writers e o Club des Intellectuels Français e possui 36 livros publicados, entre eles o Dicionário Biobibliográfico do Tocantins, que reúne os nomes de escritores que nasceram, escreveram ou passaram pelo Estado. Antes, já havia publicado o Dicionário Biobibliográfico de Goiás, que incluía alguns nomes relacionados ao Tocantins.
O autor já publicou: “Sociologia da Comunidade” (Recife, Acácia Publicações, 1973), “Esboço de Sociologia” (Recife, Acácia Publicações, 1974), “Gilberto Freyre, o Ex-Protestante” (São Paulo, Imprensa Metodista, 1973), “História das Ideias Radicais no Brasil” (Recife, Acácia Publicações, 1974), “Miscelânea Poética” (Recife, Acácia Publicações, 1973), “Correntes Imigratórias do Brasil” (Recife, Acácia Publicações, 1972), “Sociologia Geral & Especial” (Anápolis, Walt Disney, 1980), “Filosofia da Ciência” (Goiânia, Oriente, 1979), “Letras Anapolinas” (Goiânia, Editora O POPULAR, 1984), “Jornalistas, Poetas e Escritores de Anápolis” (Goiânia, O POPULAR, 1986), “Estudos Literários de Autores Goianos” (Anápolis, FICA, 1995), “Escritores de Goiás” (Rio de Janeiro, Master, 1996), “Dicionário Biobibliográfico de Goiás” (Rio de Janeiro, Master, 1999), “Dicionário Biobibliográfico do Tocantins”(Rio de Janeiro, Master, 2001), entre outros. (FOLHA POPULAR. Palmas, 17.10.2004).
LENNA BORGES é Jornalista, Redatora e Editora.
(LIVRO "ENCANTAMENTO DO MUNDO E OUTRAS IDEIAS", DE MÁRIO RIBEIRO MARTINS)
NOTA DO BLOG:
* O historiador Liandro Antiques, de Barra do Mendes fez uma ressalva no texto, informando, com razão, que o Coronel Horácio de Matos nasceu na Fazenda Capim Duro, na ocasião, município de Brotas de Macaúbas, hoje pertencente a Barra do Mendes.

Parabéns pelo texto! Mas me permita uma ressalva; O Coronel Horácio de Matos não é natural de Lençóis. Mas nasceu na Fazenda Capim Duro, pertencente ao Distrito de Chapada Velha, então no município de Brotas de Macaúbas, hoje em Barra do Mendes.
ResponderExcluirObrigado historiador Liandro Antiques, você tem toda razão. De fato, o Coronel Horácio de Matos nasceu na Fazenda Capim Duro, Distrito de Chapada Velha, na época município de Brotas de Macaúbas, hoje Barra do Mendes. É o que reza o livro "CORONELISMO NO ANTIGO FUNDÃO DE BROTAS", página 15.
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