FILEMON FRANCISCO MARTINS – Ipupiara, BA.
ENTREVISTA Nº 725 – 25 de março de 2025.
BIOGRAFIA
FILEMON FRANCISCO MARTINS, de Ipupiara, Bahia, 17.01.1950, escreveu, entre
outros, “FLORES DO MEU JARDIM” (Poemas-1ª edição - 1997-Opção2), “DICIONÁRIO
GENEALÓGICO DA FAMÍLIA RIBEIRO MARTINS” (Editora Kelps-2007) em coautoria com
MÁRIO RIBEIRO MARTINS. “DICIONÁRIO GENEALÓGICO DA FAMÍLIA RIBEIRO MARTINS”
(Editora Kelps-2007) em coautoria com MÁRIO RIBEIRO MARTINS. “ANSEIOS DO
CORAÇÃO” (Poemas, sonetos e trovas-2011-Scortecci), “FAGULHAS” (Miscelânea,
2013, Scortecci). “SONETOS & TROVAS” (Câmara Brasileira de Jovens
Escritores, RJ-2014), a 2ª edição de ¨FLORES DO MEU JARDIM¨ (Poemas, 2016,
Scortecci), “HISTÓRIAS QUE SÓ AGORA EU CONTO” (All Print Editora, 2018).
“CAMINHOS DO JORDÃO DA BAHIA” (RG EDITORES, 2022), “COTIDIANO DA VIDA,
HISTÓRIAS E VERDADES” (Romance, 2024, RG EDITORES. Filho de Adão Francisco
Martins e Francolina Ribeiro Martins.
Após os estudos primários em sua terra natal, estudou também em Morpará, na
Bahia. Mudou-se para São Paulo, passando a estudar em lugares diferentes.
Prestou serviços à Empresa Folha da Manhã S.A, bem como à Prefeitura Municipal
de São Paulo. Cursou Administração de Empresas, na Faculdade de Administração e
Ciências Econômicas “Santana”, em São Paulo.
Por Concurso Público, tornou-se funcionário do Tribunal Regional Federal da
Terceira Região, lotado na Subsecretaria de Feitos da Presidência – UFEP, onde
se aposentou.
Escritor, Ensaísta, Pesquisador, Contista, Cronista e Poeta. É casado com
Celene do Socorro Silva Jinkings Martins.
Membro Titular – Cadeira 43, patrono Olavo Bilac, da CONFRARIA BRASILEIRA DE
LETRAS.
Membro Correspondente:
Academia Anapolina de Filosofia, Ciências e Letras, Anápolis –
Goiás
The International Academy of Letters of England, (London, England)
Academia de Letras de Ipaussu, SP
Academia Internacional de Ciências Humanísticas e outras entidades literárias
filiadas à Federação das Entidades Culturais Fronteiristas de Uruguaiana, RS
Clube Baiano de Trova, Salvador, Bahia
Instituto Cultural do Vale Caririense, em Juazeiro do Norte, Ceará
Filiado ao Sindicato dos Trabalhadores do Judiciário Federal no Estado de São
Paulo (SINTRAJUD)
Fui membro da União Brasileira de Trovadores – Seção São Paulo, na
gestão do trovador Izo Goldman e do Movimento Poético Nacional – SP, na gestão
do poeta Dr. Silva Barreto.
Obs.: Minha mudança de residência para a periferia de São Paulo, na época, não
me permitiu continuar.
Cursos extracurriculares: Introdução à Informática, Linguagem Cobol, Word for
Windows 2.0 - Módulo 1, Word for Windows 2.0 - Módulo 2, 5 S,
Relações no Trabalho TWI - Senai; Mala Direta, Proposta Orçamentária no
Tribunal e Financeira no Serviço, Gestão pela Qualidade Total, Processamento de
Feitos na Terceira Região, Direito Tributário.
Administro o BLOG LITERÁRIO DO FILEMON
filemon.martins@hotmail.com
ENTREVISTA
Selmo Vasconcellos – Quais as suas outras atividades, além de escrever?
Filemon F. Martins – De início devo informar que sou um privilegiado: tenho uma
numerosa família, eram 5 filhos, agora são 4, porque perdemos um para a
Covid-19 em 2020. Tenho 11 netos e 4 bisnetos. Inativo do Tribunal Regional
Federal da 3ª Região, administro o Blog Literário do Filemon, leio muito, gosto
de divulgar trabalhos de outros autores, companheiros de ideal e gosto de
fotografar, como passatempo.
Selmo Vasconcellos – Quando a Literatura se fez presente pela primeira vez em
sua vida?
Filemon F. Martins – Aos 16, 17 anos, ainda no colégio, no interior
da Bahia, comecei a escrever meus primeiros versos. Meu pai era um autodidata
exemplar, comprava, lia e
colecionava muitos livros, entre outros: Livros de Monteiro Lobato, como
Reinações de Narizinho, Picapau Amarelo, Urupês; A Revista Cruzeiro, a Bíblia,
O Peregrino, de John Bunyan, A História Universal, com 32 volumes, de Cesare
Cantu. Meu pai possuía em casa, uma máquina de escrever Remington e nela
datilografei meus primeiros versos. E tive o incentivo do tio poeta Carlos
Ribeiro Rocha, autor de vários livros, como “HARPA SERTANEJA”, “PINGOS DE MIM”,
“28 SONS”, entre outros, de saudosa memória.
Selmo Vasconcellos – Quantos e quais os seus livros publicados?
Filemon F. Martins – 8 livros escritos e publicados: “FLORES DO MEU JARDIM”,
1997, Editora Opção2, “DICIONÁRIO GENEALÓGICO DA FAMÍLIA RIBEIRO MARTINS”,
2007, em coautoria com Mário Ribeiro Martins, Editora Kelps, Goiânia, “ANSEIOS
DO CORAÇÃO”, 2011, Editora Scortecci, SP, “FAGULHAS”, 2013, Editora Scortecci,
SP, “SONETOS & TROVAS” 2014, Câmara Brasileira de Jovens Escritores, RJ,
“HISTÓRIAS QUE SÓ AGORA EU CONTO”, 2018, AllPrint Editora, SP, “CAMINHOS DO
JORDÃO DA BAHIA”, 2022, RG EDITORES, SP e “O COTIDIANO DA VIDA, HISTÓRIAS E
VERDADES”, 2024, RG EDITORES, SP.
Selmo Vasconcellos – Como funciona o processo de sua criação literária e de
onde você tira tanto oxigênio para escrever?
Filemon F. Martins – Gosto de escrever em silêncio ou com uma música bem suave,
observando o panorama atual do Brasil e do mundo. Leio muito e anoto qualquer
ideia, frase ou pensamento que me ocorre. Entendo que escrever faz parte de
minha vida e ficaria frustrado se não pudesse escrever todos os dias.
Selmo Vasconcellos – O que você gosta de ler e quem faz sua cabeça no mundo
literário?
Filemon F. Martins – Na época do colégio, lia muito os clássicos portugueses e
brasileiros. Aqui no Brasil li muito Rui Barbosa, Carneiro Ribeiro, Machado de
Assis, José de Alencar, Castro Alves, Cecília Meireles, Carlos Drummond de
Andrade, Graciliano Ramos, Guimarães Rosa, Érico Veríssimo, Monteiro Lobato,
Adélia Prado, Lygia Fagundes Telles, Manuel Bandeira, Rachel de Queiroz, Mário
de Andrade e me encantei com “Fogo Morto”, de José Lins do Rego.
Selmo Vasconcellos – A nível de Brasil, a mulher tem ocupado a contento, seu
espaço dentro da Cultura?
Filemon F. Martins – A meu ver, houve uma mudança para melhor neste sentido.
Temos grandes escritoras, atrizes e poetisas. Não gosto da palavra poeta para
mulheres, então reafirmo temos grandes poetisas no cenário brasileiro, como
Cecília Meireles, Adélia Prado, Carolina Ramos, Maria Thereza Cavalheiro, Cora
Coralina e outras mais novas.
Selmo Vasconcellos – Quais as dificuldades encontradas pelo
escritor quando ele deseja trazer à tona o seu primeiro trabalho?
Filemon F. Martins – A criação de um livro requer muito trabalho,
tempo, disciplina, revisões, uma boa história e depois de tudo, uma editora que
respeite o autor, e existe a barreira dos custos elevados para a publicação da
obra. A distribuição apresenta muitas dificuldades, porque tudo tem que ser
pago, propaganda do livro, entrevistas com o autor, se não houver dinheiro, o
livro empaca.
Selmo Vasconcellos – Eventos como Feiras Literárias e Bienais dos
Livros, resolvem em parte a carência que o Brasil tem no campo da Literatura?
Filemon F. Martins – De certa forma, sim. Mas, parece-me que Feiras e Bienais
de Livros se preocupam mais com os lucros e não com o incentivo à leitura, que
deveria nortear esses eventos e as exposições.
Selmo Vasconcellos – A Política e a Cultura são forças Antagônicas?
Filemon F. Martins – Na teoria, não. Mas na prática pode-se observar que entra
e sai governo, e o problema continua. Há um disfarce proposital dos que
administram o país, para não resolver a contento essa questão. Quanto mais o
povo for iletrado, maiores são as chances de manipulação das massas. Desde que
me entendi como gente, há promessas de erradicação do analfabetismo no Brasil.
No entanto, constata-se exatamente o contrário. As verbas vão sumindo pelo ralo
da corrupção e a solução dos problemas educacionais e culturais vão ficando
para depois.
Selmo Vasconcellos –
O que falta para melhorar a Cultura no Brasil?
Filemon F. Martins – Investimentos na área cultural com seriedade, honestidade
e competência. Convenhamos que essas virtudes estão cada vez mais escassas na
administração do Brasil de modo geral.
Selmo Vasconcellos – Quais as mensagens de incentivo você daria para os novos
escritores?
Filemon F. Martins – Ler muito e escrever sempre. Não é necessário, de início,
atentar para a gramática. Escreva e espere um pouco, depois volte ao texto e
faça as correções possíveis. Não tenha tanta pressa. Lembrem-se do velho
ditado: “A pressa é inimiga da perfeição”.
SÓ?
Filemon Martins
Só? Não! Nunca estou só!
Nunca estive só,
pois aprendi a olhar para o alto.
Prefiro ver o cume das montanhas,
o horizonte longínquo, azul, que se expande
e os arranha céus da cidade grande.
Nunca estive só,
porque contemplo a Natureza exuberante
se expandindo em cores,
com flores e perfumes inebriantes,
deixando o mundo mais encantador.
Nunca estou só,
porque sei contemplar as aves
que ruflam suas asas rumo ao infinito
em busca de inspirações
para entoar suas canções.
Não estou só,
porque a noite esplêndida e bela
toda estrelada estende seu manto de beleza
e ilumina as ruas do céu,
enquanto as nuvens passeiam com leveza
no firmamento em fino véu.
Nunca estou só...
Porque meu coração vive com a poesia
e fica maior ainda quando, embevecido,
contempla a obra do Criador.
E do cume da montanha posso ver a paisagem,
os rios que serpenteiam as serras verdejantes,
vencendo obstáculos e seguindo seus cursos.
Posso ver a imensidão do Universo,
desvendar mistérios até então insondáveis.
...Assim, nunca estou só...
****
REVISITANDO A INFÂNCIA
Filemon Martins
Refaço, de memória, a longa estrada,
caminhos que trilhei desde menino.
De manhã cedo, ainda na alvorada,
eu preparava a terra, meu destino.
Tempos depois, aposentei a enxada,
para estudar, no chão diamantino.
A vida era feliz lá na Chapada,
quando brilhava a luz do sol, a pino...
Tudo passou, bem sei, tão de repente,
meu coração, parece, anda descrente
e o sentimento, quantas vezes, trunca...
Hoje, guardo no peito, com cuidado,
lembranças que marcaram meu passado
e uma saudade que não passa nunca...
TROVAS DO FILEMON
Quase sempre fico mudo
quando a razão perde a cor.
Calar, às vezes, diz tudo
para um bom entendedor.
A brisa passa e sussurra
uma canção de bonança,
e a praia, envolta em ternura,
lembra um lençol de esperança.
Já não tenho mais vaidade,
e nem sei o que é prazer,
e a minha alma, de saudade,
vai morrendo sem te ver.
Vejo o mar azul e calmo,
ouço o sussurro do vento
que passa cantando um salmo
às nuvens no firmamento.

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