ESCASSEZ DE CARÁTER
Filemon Martins
É impossível ficar alheio ao que se passa em todo o Brasil, no Congresso
Nacional e no Supremo Tribunal Federal. Nestes últimos tempos, a escassez de
caráter de nossos deputados, juízes, ministros e políticos em geral tem sido um
absurdo. Transformaram-se em déspotas e oportunistas.
Insistem em perpetuar a miséria no país, para terem o controle
do poder.
O povo, pobre e desvalido, comemora as esmolas assistenciais.
Dizem na propaganda oficial que tiraram milhões da miséria. Quem anda na rua,
sabe que é exatamente o contrário, 30 passos e você já encontra sem teto, sem
comida, jogado nas ruas e praças, mas se você dialogar, ele recebe o bolsa
família, por isso vota no PT.
Deste modo, o país vai descambando para a falência
total, sem emprego, sem trabalho e sem educação.
Ao cidadão comum não é dado o direito de entender porque a Justiça permite que a
corrupção se alastre em todos os segmentos, com impunidade, acobertando aqueles
que se apropriam do dinheiro do povo. Assim, só nos resta lamentar e protestar
contra esses parlamentares, empresários, juízes e ministros, caras de pau, a
ponto de obstruírem as investigações, mentirem, omitirem dados num descalabro
total de desrespeito ao povo brasileiro e aos cargos que ocupam. Uma pena que
alguns eleitores, talvez por interesses obscuros, temporariamente cegos,
insistem em não enxergarem o óbvio.
Definitivamente, os políticos brasileiros não são sérios. As exceções, se
existem, são tão raras, que, apesar das embrulhadas que o PT e a equipe de Lula
fizeram no governo, parece que o eleitor está anestesiado pelo desencanto e
pela desesperança que se abateram sobre o Brasil, que se comporta com um “tanto
faz, como tanto fez”. Não há diferença entre estes e aqueles que governavam o
Brasil, pelo menos é o que se infere do resultado das últimas pesquisas de
opinião, se estas pesquisas forem sérias (não manipuladas).
A impunidade tem sido a mola mestra que impulsiona
essa engrenagem de corrupção que se alastra por todo o país, sob o olhar
complacente de um Judiciário político que se submeteu aos caprichos dos
prepotentes e poderosos, daí estar sendo criticado por quase todos os segmentos
da sociedade brasileira.
No campo religioso, descobriu-se o chamado “Evangelho
de Judas”. Como se sabe, Judas Iscariotes é conhecido, no Novo Testamento, como
o Apóstolo que traiu Cristo, entregando-o aos poderosos romanos que o
prenderam, julgaram-no e o condenaram à morte. Independentemente da
autenticidade do documento, já se difunde a ideia de que Judas não foi um
traidor. Segundo o novo Evangelho, apenas obedeceu a ordem superior e,
portanto, não traiu Cristo.
Ora, no cenário político brasileiro, muito antes da
descoberta deste documento religioso, a turma do Planalto já incorporava essa
ideia: mais de 70 parlamentares que receberam altas somas oriundas do
valerioduto, de acordo com o Presidente da República e a maioria da Câmara de
Deputados, apenas cometeram deslizes, um simples desvio de conduta, mas não são
corruptos e não merecem a cassação. Não traíram o mandato que lhes foi
outorgado pelo povo.
É melancólico, mas chega-se à conclusão de que somente o povo, através do voto,
se não tivesse memória curta, poderia limpar as cadeiras do Congresso Nacional,
na esperança de que se possa construir um Brasil sério, um Brasil justo, com
oportunidades iguais para todos, sem conchavos, sem protecionismo, mas com
honestidade, dignidade e caráter, que anda em falta no mercado dos que mandam
no Brasil. Tomara que sejamos abençoados com mais luz, inteligência e seriedade
nos próximos anos! Porque até agora estamos na Idade das Trevas.

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