sexta-feira, 4 de julho de 2025

QUEM FOI FAGUNDES VARELA? - MÁRIO RIBEIRO MARTINS

 




QUEM FOI FAGUNDES VARELA?

Mário Ribeiro Martins



FAGUNDES VARELA (Luís Nicolau F.V.), de Rio Claro, Estado do Rio, 17.08.1841, escreveu, entre outros, NOTURNAS (1861), O ESTANDARTE AURIVERDE (1863), VOZES DA AMERICA (1864), CANTOS E FANTASIAS (1865), CANTOS MERIDIONAIS (1869), CANTOS DO ERMO E DA CIDADE (1869), ANCHIETA OU O EVANGELHO NA SELVA (1875), CANTOS RELIGIOSOS (1878), DIÁRIO DE LÁZARO (1880). Filho do Dr. Emiliano Fagundes Varela e de Emília de Andrade. Após os estudos primários em sua terra natal, deslocou-se para outros centros, onde também estudou. Passou a infância na fazenda e na vila de São João Marcos, onde seu pai era Juiz. Com a transferência de seu pai, em 1851, passou a residir em Catalão, interior de Goiás. Nesta cidade, conheceu o juiz municipal Bernardo Guimarães. De volta à terra natal, residiu em Angra dos Reis e Petrópolis, onde fez os estudos secundários. Em 1859, foi terminar os preparatórios em São Paulo. Só em 1862 matriculou-se na Faculdade de Direito, que nunca terminou, preferindo a literatura e dissipando-se na boêmia. Em 1861, publicara o primeiro livro de poesias, Noturnas. Contraiu matrimônio com a artista de circo Alice Guilhermina Luande, de Sorocaba, que provocou escândalo na família e agravou-lhe a penúria financeira. O primeiro filho, Emiliano, morto aos três meses de idade, inspirou-lhe um dos mais belos poemas, Cântico do Calvário. A partir daí, acentuam-se nele a tendência para o alcoolismo, mas também a inspiração criadora. Publicou Vozes da América em 1864 e a sua obra-prima Cantos e Fantasias, em 1865. Em 1866, durante uma viagem prolongada a Recife, faleceu-lhe a mulher, que não o acompanhara ao Norte. Casou-se pela segunda vez com a prima Maria Belisária de Brito Lambert, com quem teve duas filhas e um filho, este também falecido prematuramente. Voltou a São Paulo, matriculando-se, em 1867, no 4º ano do curso de Direito. Abandonou de vez o curso e recolheu-se à casa paterna, na fazenda onde nascera, em Rio Claro. Em 1870, mudou-se com o pai para Niterói, onde viveu até o fim da vida. Faleceu em Niterói, RJ, em 17.02.1875. É o patrono da Cadeira n. 11, da Academia Brasileira de Letras, por escolha do fundador Lúcio de Mendonça. Sua Cadeira 11 na Academia tem como Patrono (ele mesmo Fagundes Varela), Fundador Lúcio de Mendonça, sendo também ocupada por Pedro Lessa, Eduardo Ramos, João Luis Alves, Adelmar Tavares, Deolindo Couto, Darcy Ribeiro, Celso Furtado e Helio Jaguaribe. Muito bem analisado na ENCICLOPÉDIA DE LITERATURA BRASILEIRA, de Afrânio Coutinho e J. Galante, edição do MEC, 1990, com revisão de Graça Coutinho e Rita Moutinho, em 2001. Apesar de sua importância, não é estudado no DICIONÁRIO HISTÓRICO-BIOGRÁFICO BRASILEIRO (2001), da Fundação Getúlio Vargas e nem é convenientemente referido, em nenhuma das enciclopédias nacionais, Delta, Barsa, Larousse, Mirador, Abril, Koogan/Houaiss, Larousse Cultural etc. É verbete do DICIONÁRIO BIOBIBLIOGRÁFICO REGIONAL DO BRASIL, de Mário Ribeiro Martins, via INTERNET, dentro de ENSAIO, no site www.usinadeletras.com.br 


MÁRIO RIBEIRO MARTINS ERA PROCURADOR DE JUSTIÇA E ESCRITOR.

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