segunda-feira, 16 de junho de 2025

O GRITO DO POETA - FILEMON MARTINS

 



O GRITO DO POETA

Filemon Martins

             
No meu viver de cidadão, proscrito,
carrego a dor imensa do Universo.
Meu canto desolado traz, aflito,
as tristezas do mundo controverso.

        De desespero clamo, sofro e grito,
        tudo em vão, pois o povo está imerso
        na inépcia política do mito,
        - não compreende mais o que é perverso.

A Esperança se esvai a cada aurora,
o poder corrompido se agiganta,
parece não haver outra saída...

        Meu protesto, em verdade, não tem hora,
        minha voz de poeta ainda espanta
        os vendilhões da Pátria adormecida!

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