NO DOMINGO DE RAMOS
José Britto Barros
Jesus de Nazaré
recebe aclamação,
Mas sente dentro
dalma enorme compaixão,
Pois vê a malvadeza
amarga e desmedida
Daquela gente
ingrata e má, desconhecida!
Não vês, amigo meu,
o Cristo a penetrar
Na cidade em que
estás, do teu triste pecar?
O Mestre se aproxima
e trágico também
Tu lhe dás tão
somente escárnios e desdém!
Jesus chora por ti
num pranto comovido,
Pois veio pra
salvar-te e só lhe deste olvido.
O pranto do Senhor
condena teu viver,
Entregue a vis
paixões e ao baixo proceder!
Não deixes que se
passa esta grande ventura,
Só de Cristo o valor
sublime é que perdura,
O mais, tudo há de
ser, um dia, terminado,
E a ceifa te fará
perdido e condenado!
Jesus foi
desprezado, o povo não o quis:
Preteriram o Alguém
que os faria feliz;
Se o rejeitas
também, tua desgraça virá,
Se o aceitas, porém,
Jesus te salvará!
Levanta o teu cantar
sincero e decidido,
Aclamando Jesus num
preito definido,
E dele suplicando a
tua Salvação;
A dor que te crucia e
a mágoa serão findas,
No céu, glórias
terás, resplendentes e lindas,
Venturas divinais
que nunca cessarão!
(MEMÓRIAS DO
NAZARENO, PÁGINAS 199/200)
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