MOESTUS SED PLACIDUS
José Maria do Amaral
Tristezas de minha alma tão sentidas,
Que sois doces memórias do passado,
Do tempo já vivido, e tão lembrado,
Inda me dais as horas já perdidas!
Horas de tanto bem, tão bem vividas,
Quando vivi feliz e descuidado,
Sejam ao coração desenganado
Sonhos que enganem dores tão gemidas.
Tem hoje o meu viver tal agonia,
Que é doçura a tristeza da saudade,
E a saudade do tempo é poesia.
Flores da quadra sois da mocidade,
Minha velhice em vós se refugia,
Tristezas de minha alma em soledade.
(GRANDES SONETOS DA NOSSA LÍNGUA, PÁGINA 94)
Nenhum comentário:
Postar um comentário