HISTÓRIAS DO INTERIOR BAIANO
A SAIA E OS OVOS
O
comerciante Sr. Getúlio Barreto já estava estabelecido naquela cidade há muito
tempo. Sua loja bem sortida vendia tecidos, bugigangas, miudezas, aviamentos e
outras coisas mais. Cidade pequena e sem recursos, cuja subsistência era a
agricultura familiar, pouco vendia durante a semana, exceto na 2ª feira, porque
nesse dia havia feira e muita gente se dirigia ao local para vender seus produtos
produzidos nas pequenas roças e quintais ou para comprar tecidos, materiais de
costura, sabonetes, creme dental, vasilhames etc. Dona Mariquinha morava nos
Arrabaldes e trabalhava duro em sua lavoura, plantando milho, feijão, batata
doce, aipim, frutas e criando galinhas, muitas galinhas que lhe produzia grande
quantidade de ovos de excelente qualidade. Esses ovos Dona Mariquinha os vendia
lá na feira, cujos fregueses já aguardavam sua chegada para a compra dos ovos e
também de outros produtos, como frutas, verduras e legumes.
Um
de seus fregueses era o comerciante Sr. Getúlio e Dona Mariquinha numa dessas
visitas se mostrou interessada em comprar um tecido para fazer uma nova saia.
Foi na loja sondar o preço do tecido e das linhas que precisava para
confeccionar sua tão sonhada saia. E começou o diálogo: - quanto custa o metro
deste tecido e deste tubo de linha? O
comerciante que a atendia ia informando os preços do tecido, do tubo de linha
desta ou daquela cor. – E aquele ali é mais barato? – perguntava Dona Mariquinha, enquanto o
lojista respondia, - não, é tudo o mesmo preço, seja lá que tubo for. Dona
Mariquinha, então, falou: -- tá bom, eu vou vender o restante dos ovos e volto
depois. Mas, ó, se tu me puxar na saia, eu te puxo nos ovos! Como diz o ditado:
“Olho por olho, dente por dente“.

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