terça-feira, 11 de março de 2025

A SAIA E OS OVOS - FILEMON MARTINS

 



HISTÓRIAS DO INTERIOR BAIANO

A SAIA E OS OVOS

Filemon Martins

 

O comerciante Sr. Getúlio Barreto já estava estabelecido naquela cidade há muito tempo. Sua loja bem sortida vendia tecidos, bugigangas, miudezas, aviamentos e outras coisas mais. Cidade pequena e sem recursos, cuja subsistência era a agricultura familiar, pouco vendia durante a semana, exceto na 2ª feira, porque nesse dia havia feira e muita gente se dirigia ao local para vender seus produtos produzidos nas pequenas roças e quintais ou para comprar tecidos, materiais de costura, sabonetes, creme dental, vasilhames etc. Dona Mariquinha morava nos Arrabaldes e trabalhava duro em sua lavoura, plantando milho, feijão, batata doce, aipim, frutas e criando galinhas, muitas galinhas que lhe produzia grande quantidade de ovos de excelente qualidade. Esses ovos Dona Mariquinha os vendia lá na feira, cujos fregueses já aguardavam sua chegada para a compra dos ovos e também de outros produtos, como frutas, verduras e legumes.

Um de seus fregueses era o comerciante Sr. Getúlio e Dona Mariquinha numa dessas visitas se mostrou interessada em comprar um tecido para fazer uma nova saia. Foi na loja sondar o preço do tecido e das linhas que precisava para confeccionar sua tão sonhada saia. E começou o diálogo: - quanto custa o metro deste tecido e deste tubo de linha?  O comerciante que a atendia ia informando os preços do tecido, do tubo de linha desta ou daquela cor. – E aquele ali é mais barato?  – perguntava Dona Mariquinha, enquanto o lojista respondia, - não, é tudo o mesmo preço, seja lá que tubo for. Dona Mariquinha, então, falou: -- tá bom, eu vou vender o restante dos ovos e volto depois. Mas, ó, se tu me puxar na saia, eu te puxo nos ovos! Como diz o ditado: “Olho por olho, dente por dente“.    

 


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