segunda-feira, 17 de fevereiro de 2025

MUNICÍPIO DE IBIPITANGA - PARTE I

 



 

MUNICÍPIOS DA CHAPADA DIAMANTINA

MUNICÍPIO DE IBIPITANGA (Parte I)

Saul Ribeiro dos Santos

📧saul.ribeiro1945@gmail.com

 

 

 

A partir de hoje voltamos ao tema Municípios da Chapada Diamantina. Nestes dias estou em São Paulo e o médico decidiu me internar no Hospital pois, após exames, percebeu que o organismo apresentou baixo nível de sódio. Mas o trabalho não para e assim foi possível terminar a parte I. Inicialmente vamos apresentar a história de Ibipitanga. É uma história interessante que merece ser conhecida por todos.

 

INTRODUÇÃO

 

      Ibipitanga é um importante Município do Estado da Bahia. Encontra-se na parte Centro-Oeste da Chapada Diamantina, na margem direita do Rio Paramirim. Seu território se estende por uma área de 954,37 km² e a população em 2016 foi estimada em 15.356 habitantes. (1) Conforme informativo/2017 da ALBA – Assembleia Legislativa da Bahia, a distância entre Ibipitanga e Salvador é de 687 km. Este Município está localizado entre dois antigos e importantes Municípios bem conhecidos na Bahia - Macaúbas e Ibitiara. O Município é banhado pelas águas do Rio Paramirim. Suas terras planas e de cor avermelhada despertaram o interesse dos primeiros transeuntes, pessoas que apenas passaram por esta parte da Chapada em meados do século XIX.

         Mais tarde, entre os anos de 1870 e 1890, chegaram os primeiros exploradores interessados em fixar residência nestas terras. Ao arraial que estava nascendo deram o nome de Santa Luzia do Barro Vermelho. Pertencia ao Município com o simpático nome de Remédios, depois Bom Sucesso (mudança de sede) e mais tarde Ibitiara. O povoado de Sta. Luzia do Barro Vermelho foi crescendo e o nome Barro Vermelho ficou firme e bem conhecido.

         Anos mais tarde, em 1922, pela Lei Municipal n° 73 de 25/01/1922 e em 06/08/1923 pela n° 1.634/23 o povoado foi promovido para a condição de Distrito. Assim permaneceu durante muitos anos como Distrito de Ibitiara. Em 1938 o nome foi mudado de Barro Vermelho para Ibipitanga. Esse nome tem origem na língua dos índios das tribos dos tupis.

       Até meados do século XX o Rio Paramirim era um rio caudaloso e piscoso. No período chuvoso apresentava um grande volume d’água. O precioso líquido é despejado no Rio São Francisco, nas imediações de Morpará. Naquele tempo a fauna e a flora demonstravam exuberância e força.

         Até 1960 a população de Ibipitanga não era numerosa e aumentava lentamente. As terras eram suficientes para todas as famílias. Por este motivo os habitantes do Distrito não retiravam do rio e da vegetação mais do que a natureza podia repor. Assim o Distrito de Ibipitanga oferecia um grande atrativo para novos moradores. O grande atrativo era o Rio Paramirim, com suas margens cobertas de árvores e também de vegetação menor.

       A partir da construção e posteriormente a inauguração de Brasília - o Distrito Federal, toda esta região da Bahia começou a prosperar. A construção da Novacap influenciou e beneficiou indiretamente toda essa região da Chapada Diamantina. A população foi aumentando com maior vigor em toda esta região.

      Anos mais tarde, a construção de barragens na parte de cima do Rio Paramirim trouxe benefícios e malefícios. O acúmulo de água nas barragens proporcionou o abastecimento permanente d’água para as cidades, povoados e para os projetos de irrigação, mas prejudicou com a redução do precioso líquido nos lugares rio abaixo. Ibipitanga ainda enfrenta abastecimento irregular nos períodos de escassez de chuvas. Outro fator agravante é a falta de cuidados sanitários. A falta de esclarecimento e orientação da população ribeirinha quanto aos melhores cuidados de conservação do rio, lentamente vai transformando o Rio Paramirim em rio temporário, fazendo assim com que esse importante tributário do Rio São Francisco perca as características de antigamente.

         Mas, os sertanejos têm um ditado popular muito forte, que precisa ser levado a sério. Eles dizem: “Onde há erro, há conserto”. Há esperança. Vários rios em outras partes do mundo apresentavam alto grau de poluição e água sumindo, mas foram recuperados.

        As autoridades municipais, estaduais e federais, em conjunto com a população, podem estabelecer planos para recuperar este rio e todos os rios da bacia do São Francisco. Tudo precisa ser bem planejado, bem controlado e levado a sério, respeitando-se o meio-ambiente, os recursos financeiros aprovados, tendo-se o cuidado para não terminar o dinheiro antes de terminar a completa revitalização. Ter os devidos cuidados e respeitar os prazos previstos para começar e terminar a obra. Tudo isso precisa ser respeitado. Procedendo assim, certamente não demorará muitos anos e os bons resultados aparecerão.

       Campanhas educativas precisam ser promovidas. Escolas, igrejas, sindicatos, órgãos públicos e a população em geral – todos deverão estar engajados e demonstrando interesse. São campanhas seguidas de compromisso para ninguém jogar material poluente, nem lavar carros ou motos no rio, etc. A lavagem dessas máquinas deixa resíduos de óleo que poluem a água e tornam mais difícil a limpeza ou despoluição.

    A revitalização e o reflorestamento dão bons resultados, mas antes precisam ser tomadas as providências iniciais. Os engenheiros, os técnicos em preservação do meio ambiente e o povo, todos percebem que o Rio Paramirim pode ser plenamente recuperado.

        A história registra casos de rios na Coreia do Sul, que estavam poluídos e quase secos, mas foram recuperados e voltaram a ser rios navegáveis. Certamente precisou de ação firme da parte do governo daquele País. A televisão mostrou o “milagre” da despoluição na véspera quando os jogos da Copa do Mundo foram disputados naquele País da Ásia em 2002.

 __________

 

(1) Relatório IBGE/Cidades/Bahia/Ibipitanga.  (Acesso em 28/12/2016).

Este texto é parte integrante do esboço do livro    Chapada Diamantina, em elaboração.

________________

 

 

SOBRE O AUTOR:

SAUL RIBEIRO DOS SANTOS nasceu na Lagoa do Barro, Ipupiara, Bahia. Filho de Nisan Ribeiro dos Santos e Carolina Pereira de Novais. É casado com a Drª Agripina Alves Ribeiro, com quem tem os filhos Raquel Ribeiro dos Santos, Esther Ribeiro dos Santos e Arão Wagner Ribeiro. Formado em Economia, Adm. de Empresas e em Ciências Contábeis pela Unigranrio, Rio de Janeiro. Trabalhou durante vinte anos num grande banco comercial.

Sempre gostou de escrever. Apaixonado por assuntos das  Regiões da Chapada Diamantina e do Médio Vale do São Francisco. Gosta e costuma conversar com pessoas idosas com o objetivo de aprender e conhecer melhor a história regional.

Autor do livro DECISÕES & DECISÕES, publicado em 2013 pela Gráfica e Editora Clínica dos Livros, de Feira de Santana, Bahia.

 

 

NOTA DO BLOG: Nosso articulista SAUL RIBEIRO DOS SANTOS encontra-se internado no Hospital Santa Virgínia, em São Paulo. Apesar disso, mesmo no hospital terminou de escrever o artigo e nos enviou para publicação no BLOG LITERÁRIO DO FILEMON, pelo que agradecemos e desejamos pronto restabelecimento de sua saúde.

Nenhum comentário:

Postar um comentário