DE JOELHOS
Mário Barreto França
Abre este livro devagar... Escutas?
Alguém soluça dentro dele... Infindo,
ouve-se nele, assim como nas grutas,
um rosário de lágrimas caindo...
E os sufocados ais?... São árduas lutas
dentro do peito o coração ferindo...
Do ódio as bravias ondas, resolutas,
lançam apodos para um céu que é lindo...
Passa de leve as páginas... Cuidado!...
Pois dentro dele vive o meu passado,
um rosto a refletir como os espelhos...
E, como sinos a planger dolentes,
a cabeça entre as mãos, por entre dentes,
a minha alma recita de joelhos...
(DO LIVRO "DE JOELHOS", 1966)
Nenhum comentário:
Postar um comentário