SAUDADE
DA COSTA E SILVA (1885/1950)
Saudade! Olhar de minha mãe rezando,
E o pranto lento deslizando em fio...
Saudade! Amor da minha terra... O rio,
Cantigas de águas claras soluçando.
Noites de junho... O caborá com frio,
Ao luar, sobre o arvoredo, piando, piando...
E ao vento, as folhas lívidas cantando
A saudade imortal de um sol de estio.
Saudade! Asa de dor do pensamento!
Gemidos vãos de canaviais ao vento...
As mortalhas da névoa sobre a terra...
Saudade! O Parnaíba – velho monge
As barbas brancas alongando... E, ao longe
O mugido dos bois da minha terra...