FÉ E VIDA
João Henrique Ribeiro Novais
Aqui no
nordeste brasileiro, dentro do sertão baiano, escondida entre montes e serras,
se encontra a minha cidade - Ipupiara. Cidade linda e rica em cultura. Cada dia
que passa, ela se desenvolve mais na área comercial e na arquitetura (com belas
construções). Além das pessoas que aqui residem, vêm muitas pessoas de outras
cidades para aqui fazerem suas compras, e acabam deixando um pouco de si e
levando um pouco de nós.
Quando
chega o mês de junho, tudo fica melhor ainda, Ipupiara se veste de colorido e
ganha nova vida, cheia de alegria. É festa! É São João!
A praça
principal fica tomada de gente. De vez em quando, alguém se assusta com o
barulho das bombinhas estouradas pelas crianças; tem barraquinhas com
deliciosos tipos de comida, tem fogueira, tem forró, e um friozinho que chega a
doer e que já faz parte da época.
Ali na
Igreja matriz, é tradição acontecer todos os anos, a novena em honra ao
padroeiro São João Batista, e quem quiser pode participar. A Igreja costuma
ficar cheia todos os dias.
Mas a
Covid-19, como em todo mundo, aqui chegou, e trouxe com ela mudanças
inesperadas. Agora é tempo de São João e olhando para a praça, vejo que está
vazia, sem colorido e sem a alegria das pessoas. De vez em quando, passa um e
passa outro, e a frase é a mesma: "que saudades do São João!" As
missas do novenário continuam acontecendo, mas não é com tanta gente. O vírus é
traiçoeiro, e o povo, muito cuidadoso, controla o número de pessoas, sempre obedecendo
aos famosos protocolos de segurança. Logo à frente, percebo que alguém se
aproxima gritando com o coração cheio de esperança: "no ano que vem, se
Deus quiser, vamos poder festejar todos juntos e com muita alegria." Neste
momento, gostaria de completar, dizendo:
- e sem máscaras, para a gente poder ver o sorriso das pessoas (prefiro
deixar só no pensamento).
Volto a
olhar para a Igreja e rezo confiante na intercessão do padroeiro São João
Batista e no poder da vacina.
2021
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