sábado, 6 de abril de 2024

JOQUEBEDE, UMA MULHER FORTE EM TEMPOS DIFÍCEIS

 



(FOTO DO AUTOR, EMPRESTADA DO FACEBOOK)

 
JOQUEBEDE, UMA MULHER FORTE EM 

TEMPOS DIFÍCEIS

Pastor Clóvis de Sousa Nogueira

PIB de Ipupiara-Ba.

 
São muitos os exemplos de mulheres que marcaram suas vidas com atitudes que honraram a Deus. Nessa ocasião vamos fazer menção de uma delas, JOQUEBEDE.
Encontramos poucas informações nas escrituras sobre sua vida, suas atitudes em seu lar, ou nos relacionamentos com outras pessoas. Mas, o pouco que temos de informações, ou suas poucas atitudes nos revelam uma mulher de uma fé inabalável. No texto de Êxodo 2: 1-3, não encontramos o seu nome, essa informação só iremos encontrar em Êxodo 6:20 e Números 26:59. Mas, no texto de Êxodo temos informações que ela era da casa de Levi, isto é, uma descendente de Levi. Somos informados também, que ela era esposa de um homem da mesma descendência de Levi, e que dessa união ela concebeu e deu à luz um filho formoso, o qual manteve escondido por três meses. Somos informados na continuidade do texto de Êxodo capítulo 2, que este filho recebeu o nome de Moisés, nome este dado pela filha do Faraó (Êxodo 2:10). Mas só a partir dos outros textos já citados acima, a saber, Êxodo 6:20 e Números 26:59, ficamos sabendo o nome do seu esposo, Anrão, e que grau de parentesco tinha com ela, e que gerou outros filhos, Arão e Miriã. Essas são as poucas informações encontradas sobre essa brilhante mulher que teve um papel importante na história do povo hebreu. Não quero laborar nessas informações somente, mas ressaltar as atitudes tomadas por Joquebede, que revelam a sua espiritualidade, o seu temor a Deus, a sua fé. Joquebede era uma das escravas hebreias no Egito, e que a situação vivida por ela, naquele momento, e pelas mulheres hebreias era extremamente difícil. Elas viviam sobre a ameaça de verem os seus filhos serem assassinados cruelmente se fossem do sexo masculino (Êxodo 1:15-16). Essa era a ordem dada às parteiras pelo Faraó por temer o crescimento numérico dos hebreus, na terra do Egito (Êxodo 1:8-10). Foi nessas circunstâncias que Joquebede expressou sua fé no Deus de Abrão. Uma mãe zelosa que carregava no seu ventre uma criança que poderia ser cruelmente assassinada se não fosse o seu cuidado materno. Como foram difíceis os dias que antecederam o nascimento da criança diante da ameaça de morte! Mais difícil ficou após o nascimento quando ela deu à luz a criança, e constatou que era um menino. Eram os meninos que deviam morrer, essa era a ordem do Faraó. O medo, a apreensão de que a qualquer momento os homens do Faraó chegassem e tomasse o menino dos seus braços, e matasse, era cada vez mais forte. O texto nos informa que Joquebede escondeu o menino por três meses (Êxodo 2:2). Porem, não podendo escondê-lo por mais tempo, foi necessário tomar atitudes para livrá-lo. São essas atitudes a seguir que revelam a mulher forte que foi Joquebede. É importante ressaltar que todas as decisões de Joquebede faziam parte de um plano de Deus, o Senhor estava naquelas ações, mas vamos nos deter em suas ações fundamentadas na sua confiança. São as atitudes de Joquebede que servem como exemplo para nossa meditação, uma vez que em muitas situações somos também desafiados a agirmos, crendo nas providências do Senhor. Vejamos algumas dessas ações, ou atitudes:
1) Confie no Senhor em tempos difíceis.
Confiar. Essa palavra está intimamente ligada a palavra fé. Só podemos ter um relacionamento agradável a Deus se tivermos fé. O escritor aos Hebreus, disse: “ORA, a fé é o firme fundamento das coisas que se esperam, e a prova das coisas que se não veem. Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam” (Hebreus 11:1,6). Como cristãos, sempre testemunhamos que temos um Deus, o Deus de Abrão. E sempre em nossas abordagens evangelísticas procuramos persuadir os incrédulos a crerem no Deus que temos. Mas, é preciso fazer uma avaliação criteriosa da nossa confiança no Deus que professamos ter. Quando lemos a palavra de Deus, deparamos com relatos que marcaram a vida de homens e mulheres que confiaram inteiramente no Senhor. Esses relatos nos emocionam e nos fortalece para continuarmos na caminhada cristã. Não podemos esquecer que o Deus deles, é o mesmo nosso. E, que eles eram sujeitos às mesmas fraquezas que nós. Poderíamos citar muitas ações de fiéis servos de Deus, mas as ações da nossa personagem, Joquebede, são suficientes nesse momento para nos conduzir pelo caminho da confiança. O texto nos fala de um tempo difícil, de repressão, de escravidão. As condições impostas pelo governo de Faraó levavam o povo hebreu a não confiar em sua própria força. Eles estavam rendidos! São em condições difíceis que a confiança em Deus produz nossas melhores ações. Não devia ser assim, as atitudes que tomamos nos momentos difíceis deveriam ser tomadas também nos momentos que julgamos fáceis, uma vez que o Deus é o mesmo. Mas, infelizmente é assim, enquanto acreditamos que temos uma saída, achamos que podemos agir sem a ajuda de Deus. Acredito que Joquebede também estava sujeita a agir da mesma forma que agimos se não estivesse rendida àquelas condições extremamente difíceis. Podemos imaginar que se houvesse outra alternativa, Joquebede não teria deixado o seu filho num cesto de junco, betumado, na correnteza imprevisível do rio Nilo. Veja que ela, pelo  instinto materno, escondeu o filho o quanto pôde, mas o texto diz: “não podendo, porém, escondê-lo por mais tempo...” (Êxodo 2:3). Mas, quando não havia mais tempo, quando o que lhe favorecia acabou, quando não havia mais saída, agora sim, todas as condições eram propicias para que a confiança somente em Deus fosse colocada em ação. Haverá situações que Deus se colocará à nossa frente e dirá: “E agora, o que você vai fazer?” Não sei quais as condições físicas, materiais e emocionais que você se encontra, mas seja lá qual for, confie inteiramente no Senhor. Essa foi uma das atitudes de Joquebede.
2) Deixe nas mãos do Senhor o que você não pode mais manter pela sua força.
Entregar. Há coisas, pessoas e circunstâncias que precisamos entregar na mão de Deus. Mas, é sempre com muita resistência que lutamos para manter em nosso poder situações que já não podemos mais suportar. Deixar que Deus cuide do que temos de mais precioso é um desafio. Quantas vezes nesse mundo adverso empreendemos todas as nossas forças para sustentar o insustentável! Não nos esqueçamos daquela experiência vivida pelos discípulos do Senhor quando se levantou grande temporal de vento, e as ondas se arremessavam contra o barco, e eles sabendo que não havia mais o que fazer, pois o barco enchia-se de água, disseram: “Mestre, não te importa que pereçamos?” (Marcos 4:35-41). Quando eles perceberam que não podiam fazer mais nada, só assim, eles entregaram os cuidados daquela frágil embarcação ao Senhor. Joquebede agiu de forma semelhante. Ela não viu segurança naquele caudaloso rio, o cesto era frágil, as águas profundas e o seu tenro filho indefeso, mas, ela entregou. Ela não entregou a casualidade, ou a sorte do cesto não virar, mas entregou nas mãos do seu Deus.  Ela desconhecia os planos que Deus tinha para aquela criança na libertação do seu povo, mas ela não desconhecia o poder do seu Deus. Ela sabia que Ele era poderoso para guardá-lo. Não sei o que você tem de mais importante nesse momento, e que sente escapar de suas mãos, por mais que dedique toda sua força. O que você precisa entregar ao Senhor? Talvez você precise entregar seu marido ao Senhor, ou um filho, ou a sua preciosa família. Não importa o que seja, entregue confiantemente nas mãos do Senhor e você verá o seu cuidado. Diga como Paulo: “... porque eu sei em quem tenho crido, e estou certo de que ele é poderoso para guardar o meu depósito até aquele dia” (2 Timóteo 1:12). “Entrega o teu caminho ao SENHOR, confia nele, e o mais ele fará” (Salmo 37:5).
3) Esperar inteiramente na providência de Deus.
Esperar. Foram quatrocentos e trinta anos que os filhos de Israel esperaram pela liberdade (Êxodo 12:40). Quantos que esperaram pelo dia glorioso da liberdade, e não alcançaram! Esperar pelo Senhor é uma atitude de confiança. É ter a certeza que Ele virá, mesmo que o nosso tempo acabe e as condições sejam as mais adversas. Nem sempre o tempo de Deus é o nosso tempo, o seu socorro pode vir logo, como também pode tardar, assim como tardou para muitos dos filhos de Israel no Egito. Muitos morreram na certeza de que o Senhor viria. Precisamos compreender que o nosso Deus tem os seus tempos determinados, e que isso não compete a nós perscrutar (Atos 1:7). Joquebede viveu sua vida esperando. Ela esperou o dia da liberdade como todos os demais israelitas; ela esperou como todas as mães o dia do nascimento do seu filho, para logo depois ter na providência do Senhor o seu salvamento. Preparar um cesto de junco para servir de abrigo para o filho, e depositá-lo nas águas de um rio, depois de tê-lo seguro em seus braços, não era uma medida para se esperar um final feliz, tendo em vistas as possíveis possibilidades de uma tragédia. Mas, para tomar todas essas atitudes, Joquebede estava com o seu coração depositado na providência do Senhor. Como mãe, ela tomou a mais difícil, mas também a mais esperançosa decisão. Preferiu entregar seu filho nas mãos providenciais do seu Deus, a segurá-lo nas suas frágeis mãos. O seu exemplo nos ensina como deveremos agir se a vida nos colocar em situação semelhante. Sei que não será fácil abrir mão do que mais amamos. O que faremos quando chegar o momento de deixar nossos filhos no revolto rio da incerteza desse mundo violento que vivemos? O que faremos diante da ameaça assassina das drogas? O que faremos diante de tudo aquilo que nos causa medo e ansiedade? Entreguemos tudo nas mãos do Senhor, na certeza que Ele fará o melhor, o que nós não podemos fazer. Entregar ao Senhor, essa foi a atitude de Joquebede quando se sentiu pressionada, ameaçada e impotente diante do mundo. Não sei o que você precisa entregar. Entregue, não tenha medo, faça como Joquebede, aproxime-se do rio e deposite o seu precioso cesto e deixe que o Deus da providência faça o melhor.
Amém!
 
SOBRE O AUTOR: CLÓVIS DE SOUSA    NOGUEIRA nasceu em Ipupiara a 16 de junho de 1967. É pastor da Primeira Igreja Batista de Ipupiara. Não tem livros editados, mas seus trabalhos publicados nas redes sociais dariam vários livros, além do trabalho que faz junto aos membros e não membros da Igreja na cidade, incluindo a zona rural. Dirige o programa PROCLAMANDO CRISTO na rádio Diamantina FM. Sob sua direção, a Igreja mantém congregações em Brotas de Macaúbas e nos povoados de Bela Sombra, Chiquita e Furados. É casado com Eliene Sodré de Andrade Nogueira e pai de três filhos: Alber Luiz de Andrade Nogueira, Lincoln Brainerd de Andrade Nogueira e Cléber Lewis de Andrade Nogueira.
 
Reside em Ipupiara, Bahia.
 


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