terça-feira, 23 de janeiro de 2024

SUBLIME AMOR

 



SUBLIME AMOR

Haroldo Lyra



Numa clínica, um velho procurava

Rápido curativo à mão doente.

Dizia-se apressado, que era urgente,

Pois tinha um compromisso e se atrasava.


O médico, atendendo ao paciente,

Perguntou por que tanto se apressava!

É que, num certo Asilo, costumava

Tomar café co’a esposa, já demente.


O médico ressalta: “Por descaso,

Não reclamara ela desse atraso?”

E ele: “Nem mais me reconhece, até”.


“Então! É apenas um capricho seu?”

“Oh, não! Ela não sabe quem sou eu,

Mas eu sei muito bem quem ela é”.



(ALMANAQUE CHUVA DE VERSOS Nº 396, JOSÉ FELDMAN)


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